A abertura da Conferência Internacional de Redes Sociais (
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) foi um dos destaques da programação de eventos integrados à CICI2010 nesta quinta-feira. O analista político Augusto de Franco, estudioso do assunto e coordenador do evento, falou para um público de aproximadamente 400 pessoas sobre a importância de a sociedade articular-se em rede – a prática do Netweaving, ou seja, pessoas interagindo segundo um padrão de organização de redes distribuídas.
Segundo Franco, o desenho da sociedade local está mudando e as cidades, criando cada vez mais redes. “Você não acredita na ordem governamental (estrutura hierárquica), mas na capacidade das pessoas para se organizar e gerar ordem. Quando as pessoas se organizam, elas mesmas vão estabelecendo as regras”, afirma.
Na opinião do analista, o trabalho a partir de pessoas conectadas e tomando decisões em prol do bem-estar social é uma forma de democratização. “Pessoas que se conectam com pessoas têm o poder de transformar as cidades”, ressalta.
O exemplo prático no qual os cidadãos deixam de ser clientes do Estado e passam a ser atores do processo está ocorrendo em 26 bairros de Curitiba, por meio da implantação do Projeto de Desenvolvimento das Cidades do Paraná, coordenado pela Rede de Participação Política – iniciativa apartidária criada pela Fiep/Sesi, com o apoio da Faciap.
Nessas localidades, e em mais sete cidades do Paraná, as comunidades estão elaborando planos de ação para os próximos 10 anos. Para saber mais sobre topologia de redes e projetos de desenvolvimento acesse www.escoladeredes.ning.com e www.cidadesinovadoras.org.br
Uma nova educação
O modelo educacional tecnicista, que só pensa em resultados e não leva em conta o desenvolvimento pessoal do aluno, está ultrapassado. Para o professor e educador José Pacheco, que também participou ontem da CIRS, é possível uma reconfiguração desse modelo de escola e a criação de outros ambientes de aprendizagem. “Novas ferramentas, como as mídias digitais, só vêm potencializar o trabalho dos professores, e não extingui-lo”, afirmou.
O diretor superintendente do Sesi Paraná, José Antonio Fares, acredita que o atual modelo educacional compromete a aprendizagem, sendo necessárias novas formas de educação. Uma delas são os Arranjos Educativos Locais (AEL), sistemas de aprendizagem em rede, que articulam a comunidade para promover o desenvolvimento sustentável local, por meio da organização e disseminação de conhecimentos que a própria comunidade detém.
Os palestrantes foram unânimes em afirmar que a tecnologia complementa a aprendizagem, mas é preciso ter um equilíbrio. “Não podemos transformar nossas crianças em ‘monstrinhos de computador’, nem cultuar o computador. É preciso usar as mídias digitais a serviço da educação”, disse Pacheco.