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Dez milhões de reais. Este é o valor que empresários da construção civil podem financiar para realizar projetos de investimento, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação foi repassada por Fernão de Souza Vale, representante técnico do BNDES, a 200 empresários do setor que participaram de um encontro nesta terça-feira (1º), no Cietep, em Curitiba. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio de sua Gerência de Fomento e Desenvolvimento, em parceria com o banco e com o apoio do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon).
“A inovação proporciona mais qualidade e competitividade, e o BNDES incentiva investimentos nesta área”, afirmou o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, ressaltando que a parceria entre a entidade e o banco serve para impulsionar o desenvolvimento industrial do Paraná. “Há anos a Fiep mantém parceria com o BNDES a fim de colher e divulgar elementos que dinamizem as operações burocráticas e práticas para o desenvolvimento de cada setor industrial, no caso, o da construção civil, que é muito forte em nosso Estado”, acrescentou Rocha Loures.
O objetivo das linhas de financiamento do BNDES é apoiar o setor habitacional para que seja cumprida a meta de construção de um milhão de moradias no País, definida pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. “A intenção é estimular o aumento do patamar de qualidade das empresas da cadeia de produção do setor de construção, por meio do programa BNDES Construção Civil/Qualidade Construção, que promove investimentos na ampliação da capacidade produtiva de fabricantes de sistemas construtivos industrializados destinados à habitação”, informou Vale.
De acordo com ele, o financiamento pode chegar a R$ 10 milhões. “Disponibilizamos até R$ 10 milhões para a empresa, e esse valor pode ser pago em até 10 anos e o financiamento é de até 100% para as micro, pequenas e médias empresas e de até 80% para empresas de grande porte”, revelou.
Ampliação e modernização
Empresas de construção de edifícios, fabricação de estruturas metálicas e fabricação de casas pré-moldadas de concreto podem dispor da linha BNDES Construção. “Apoiamos ações de implantação, modernização e expansão de unidades industriais, implantação de processos de montagem de sistemas construtivos, desenvolvimento de novos produtos e investimentos sócio-ambientais”, informou Vale. Os itens devem estar vinculados a projetos de investimentos, e as empresas devem ter controle nacional, sede e administração no Brasil.
Outra linha interessante para o setor da construção é a BNDES Qualidade, que beneficia empresas fabricantes de materiais, componentes e sistemas construtivos para o setor de construção civil e de construção de edifícios. “Processos de certificação, adequação às normas técnicas do setor, implementação de sistemas de gestão de qualidade, melhoria de qualidade de processos e produtos são apoiados pelo banco”, revelou Vale.
Segundo ele, o financiamento é variável. “Podemos financiar até 100% de um projeto, porém é preciso avaliar cada situação e em qual linha de investimento ela se enquadra”, disse Vale, ressaltando que para o setor da construção civil, as linhas são disponibilizadas indiretamente, com agente financeiro como intermediador. “Também dispomos do BNDES FGI – Fundo De Garantia de Investimento, que serve para ampliar o acesso ao financiamento às micro e pequenas empresas, de qualquer setor”, informou ele.
Para aprovação do financiamento de Projetos de Investimento – que visem a implantação, expansão da capacidade produtiva e modernização de empresas, alguns requisitos são exigidos. “Para ser apoiada, a empresa precisa ter capacidade de pagamento, cadastro comercial satisfatório, estar em dia com as obrigações fiscais e previdenciárias, não estar em regime de recuperação de crédito, dispor de garantias para cobrir o risco da operação e cumprir as exigências da legislação ambiental”, explicou Vale.
Mercado externo
Outras linhas também são disponibilizadas pelo banco para produção e comercialização para exportação, aquisição de bens de produção e serviços e até para capital de giro, entre outras. “Possuímos o BNDES Automático, para investimento em obras civis, montagem e instalações, móveis e utensílios, despesas pré-operacionais, pesquisa e desenvolvimento para certificação, aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, além do BNDES Finame, somente para a aquisição de máquinas e equipamentos, e BNDES PEC, para capital de giro.”
Outra ferramenta ofertada pelo BNDES para o setor da construção civil é o Cartão BNDES, baseado no conceito de cartão de crédito, que financia de forma ágil e simplificada os investimentos das MPMEs. “As transações são realizadas pela internet, através do Portal de Operações do Cartão e é disponibilizado para empresas brasileiras com receita bruta
anual de até R$ 60 milhões”, informou Vitor Hugo Ribeiro, Gerente de Fomento do Cartão BNDES.
De acordo com ele, o cartão proporciona um limite de até R$ 500 mil, por banco emissor; prestações fixas em até 48 meses; taxa de juros atrativa: 0,98% a.m. (dez/09); crédito rotativo e pré-aprovado; além de uso automático. Com o cartão, é possível financiar mais de 125 mil produtos cadastrados no Portal por mais de 18,5 mil fornecedores credenciados. “Materiais para construção civil, componentes e sistemas construtivos destinados à construção civil, máquinas, equipamentos, computadores, softwares, insumos industriais e implementos industriais são alguns produtos que podem ser financiados”, informou Ribeiro.
Competitividade
“Ter conhecimento das linhas de financiamentos que estão disponíveis para o nosso setor nos impulsiona a desenvolver ideias e projetos que aumentam a qualidade e variedade de nossos produtos, e também a competitividade da nossa empresa”, afirmou Osvaldo Mendes, diretor administrativo da Incepa, que já aderiu ao Cartão BNDES, como fornecedor.
Para Ruben Barbi, gerente da empresa americana Concord Concrete Pumps, que está se instalando em Curitiba, o encontro serviu como uma porta de entrada para a empresa atuar no mercado desejado. “Através das ferramentas e serviços ofertados pelo banco e pela Fiep, acredito que alcançaremos nosso objetivo de atuar em toda a América Latina, por meio dos incentivos e divulgação que a parceria nos proporciona”, revelou Barbi.