clique para ampliar ![]() |
Os presidentes de sindicatos empresariais de Curitiba e Região Metropolitana conheceram na manhã desta terça-feira (28) detalhes do Programa Gestão de Pessoas, desenvolvido pelo Sesi Paraná. Pioneiro no setor industrial do Estado, o programa é um conjunto de ações para solucionar um problema crônico de empresas de pequeno porte, que é a falta de estrutura para aprimorar gestão de pessoas ou dos processos de recursos humanos e reduzir perdas financeiras com questões como falta ao trabalho, rotatividade, segurança e saúde dos trabalhadores e ações trabalhistas.
“O diferencial do programa é que ele é ofertado às indústrias por meio dos sindicatos que as representam”, explicou o diretor-superintendente do Sesi Paraná, José Antonio Fares, no encontro realizado no Sesi-CIC, com a presença dos dirigentes dos sindicatos das indústrias gráficas (Sigep), metalúrgicas (Sindimetal-Paraná), panificadoras e confeitarias (SIPCEP), têxteis e de vestuário (Sinditêxtil e Sindivest), de móveis (SIMOV), papel e celulose (Sinpacel).
clique para ampliar ![]() |
Segundo Fares, é instalada dentro dos sindicatos uma estrutura de recursos humanos, através da qual as empresas têm acesso a uma equipe multidisciplinar de consultores (médicos do trabalho, engenheiros de segurança no trabalho, psicólogos, advogados), do próprio Sesi e também do IDORT, mais antiga entidade de recursos humanos do Brasil, que é parceiro do Sesi no programa.
Uma vez firmada a adesão, a empresa passa a receber consultoria, diagnóstico, plano de ação para responder as necessidades apontadas. São ofertadas também ferramentas para tomadas de decisão, como indicadores de recursos humanos e pesquisa sobre remuneração e benefícios aos trabalhadores, adequados a cada segmento. Apesar de o programa ser ofertado na forma de consórcio, as informações geradas são exclusivas para cada empresa.
Iniciado em 2008, o programa já tem a parceria de quatro sindicatos e está sendo implantado em 21 indústrias – de Cal e Calcário de Curitiba e Região Metropolitana, moveleiras de Arapongas e empresas de Francisco Beltrão, associadas ao Sindicato do Vestuário (Sinvespar). As ações do programa já beneficiam 2.600 trabalhadores.
“É a solução que os sindicatos esperavam”, disse o presidente do Sindimetal-Paraná, Roberto Karam. “Hoje em dia a relação de uma empresa com seus trabalhadores é estratégica para os negócios. As pequenas empresas, que são as que mais empregam, não possuem na sua maioria, uma estrutura para uma eficiente gestão de pessoas. O programa do Sesi vem suprir esse problema”, disse ele.
Para o empresário Sidney Paciornik, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Paraná e da Associação Brasileira das Indústrias Gráficas – Regional Paraná, o programa é altamente positivo. “É uma proposta muito oportuna porque, em função da crise, as pequenas empresas precisam mais que nunca investir em mais produtividade e competitividade e também por causa da legislação trabalhista, que se torna cada vez mais exigente e pesada”, disse ele.
Um exemplo é a nova Legislação Previdenciária, que introduziu o Nexo Técnico Epidemiológico, que prevê para cada segmento industrial uma série de doenças relacionadas às respectivas atividades. Com isso, inverteu-se o ônus da prova: é a empresa quem deve provar que a doença não tem relação com a atividade exercida pelo trabalhador.
Além disso, dependendo do desempenho da empresa no que se refere à saúde e segurança do trabalhador, o Seguro de Acidente de Trabalho poderá ser dobrado.
Moveleiras e Cal e Calcário – A primeira experiência do programa Gestão de Pessoas se deu com o Sindicato das indústrias de Cal (Sindical) e Sindicato das Indústrias de Extração de Mármore e Calcário do Paraná (Sindecap). Dez empresas do setor, de Curitiba e Região Metropolitana, recebem o programa.
Elas já receberam o relatório da primeira fase, abrangendo amplo diagnóstico do processo de riscos trabalhistas, envolvendo atividades relacionados a saúde, segurança do trabalhador e administração de pessoal. Foram levantadas possibilidades de melhorias existentes nestas áreas.
Na segunda fase, em andamento, o foco é a questão salarial e, numa outra etapa, serão identificadas necessidades de capacitação e treinamento dos funcionários.
Neste ano teve início a implantação junto a moveleiras do polo de Arapongas. Elas também já receberam o relatório e a proposta de um plano de ações referente à primeira etapa do programa – que envolveu melhorias na rotina de trabalho da área de recursos humanos e medidas relacionadas à saúde e segurança dos trabalhadores.
A segunda etapa, também já concluída, contemplou pesquisa salarial e de indicadores de recursos humanos da empresa e do setor. Os dados nortearão ações para ampliar a qualidade de vida dos trabalhadores, melhorar processos desta área, bem como prevenir riscos trabalhistas.