Empresários paranaenses conhecem modelo francês de reflorestamento

Plantio feito na floresta de Landaise, na França, foi apresentado em seminário promovido pela Fiep nesta sexta-feira (23), em Curitiba

clique para ampliar Yves Lesgourgues, diretor do Centro Regional de Propriedade Florestal de Aquitaine. (Foto: Rogério Theodorovy)

Instituições francesas que investem em reflorestamento estiveram em Curitiba nesta sexta-feira (23) para compartilhar informações durante o Seminário Comparativo no Setor de Meio Ambiente – Paraná e Região de Acquitaine – França. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através de seu Centro Internacional de Negócios (CIN), em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Governo de Aquitaine, região no Sudoeste francês que se destaca por sua grande área florestal.

Os empresários, representantes de instituições como a Bordeaux Atlantic Bois, Smurfit Kappa Comptoir Del Pino e DFCI Aquitania Gironde, destacaram como utilizam a madeira de reflorestamento na floresta de Landaise, que abrange 42% da região de Aquitaine. “É uma floresta altamente produtiva, reflorestada no século 19. Há um milhão de hectares de pinus marítimo plantado. Isso equivale à produção de 5 milhões de metros cúbicos de madeira triturada por ano”, disse o diretor do Centro Regional de Propriedade Florestal de Aquitaine, Yves Lesgourgues.

Segundo ele, a floresta segue um ciclo de cultura clássico, mas com espaço para o desenvolvimento de plantações geneticamente modificadas. “Trabalhamos muito as pesquisas na área genética, pois precisamos criar uma floresta apta aos efeitos das mudanças climáticas”, explicou Lesgourgues.

De acordo com o coordenador do Conselho Temático de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Fiep, Roberto Gava, que falou sobre a silvicultura no Paraná e no Brasil, o modelo da França para o plantio de florestas poderia ser adaptado no País. “Há exemplos de investimento nesta área que geram boa lucratividade há mais de 40 anos na França”, afirmou. “O que falta no Estado e no Brasil é o maior aproveitamento dos recursos naturais disponíveis para plantar e ganhar dinheiro. Esse tipo de negócio é desenvolvido aqui, mas ainda de forma acanhada”, ressaltou Gava. A atividade industrial na área de reflorestamento feita em Aquitaine cria cerca de 34 mil empregos.

Participaram do seminário empresas e instituições dos setores de meio ambiente, reflorestamento, madeira certificada, papel e celulose e silvicultura. O chefe da Divisão Florestal da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Renato Viana Gonçalves, também participou. Ele apresentou os trabalhos de agricultura familiar que estão sendo desenvolvidos no Estado.

Intercâmbio de informações – O intercâmbio de informações obtidas com o seminário deve contribuir para alavancar o setor no Estado. A empresa Dal Pai, que produz portas através de madeira de reflorestamento, tem essa expectativa: “Com a queda que tivemos nas exportações, pretendemos nos espelhar no modelo francês, que é mais voltado para o mercado interno”, disse o diretor comercial da empresa, Angelo Dal Pai. Com 70 anos de existência, a Dal Pai mantém uma área de reflorestamento de três mil hectares em General Carneiro, no Sudeste paranaense.

 

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