Empresários definem prioridades para setor sucroalcooleiro

Acesso a crédito e financiamento é a principal reivindicação do setor, que pede programa de estímulo à microeconomia do Estado

clique para ampliar Nastari, da Datagro: governo deve reconhecer importância do setor como gerador de renda (Foto: Gilson Abreu)

O setor de açúcar e álcool, assim como os demais setores da economia, é afetado pelos efeitos da crise financeira mundial. Hoje, a oferta é menor que o crescimento da demanda. Apesar das dificuldades, há oportunidades a curto e longo prazo. Em 2008, o setor de açúcar e álcool contribuiu com US$ 18,8 bilhões para o saldo da balança comercial. Nos últimos quatro anos, esta contribuição foi de US$ 54,5 bi. A previsão é de que, até 2020, o etanol represente 72% da moagem da cana, estimada em mais de 1,3 bilhão de toneladas.

As informações foram apresentadas por Plínio Nastari, consultor da Datagro, consultoria que possui expertise para análises e estudos do setor sucroalcooleiro e do setor de biocombustíveis, nesta quinta-feira (16), em Maringá, no Fórum Setorial Sucoalcooleiro, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

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“Vemos o cenário com otimismo, mas com responsabilidade. É necessário que haja uma compreensão melhor e maior do governo sobre a importância desse setor como gerador de renda. Dessa contribuição que devem surgir financiamentos via BNDES para o setor”, destacou Nastari, ressaltando que é preciso que sejam retomados os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e uma modernização da comercialização.

Na opinião do presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o setor é um grande empregador e gerador de renda para o Paraná. “Temos que aproveitar o potencial energético da cana. A cana de açúcar é o produto que tem a maior taxa de conversão energética. É inevitável a substituição das energias fósseis pelas energias renováveis”. Ele explica que a Fiep contribui como articulador das diversas partes que concorrem para promover o desenvolvimento do Paraná.

Segundo Nastari, o setor está em crise desde 2007, quando a Índia diminuiu os preços abaixo do preço de produção. “Apesar da crise, a demanda do setor continua crescendo. Os EUA, por exemplo, valorizam o uso do açúcar de cana. Empresas de refrigerante começam a criar marcas para diferenciar produtos adoçados com glucose e sacarose cristalizada (milho e beterraba) daqueles adoçados com açúcar de cana”, disse.

Uma das reivindicações dos empresários do setor de açúcar e álcool é a dificuldade de acesso ao crédito e financiamento. “O BNDES precisa criar um programa para o setor de açúcar e álcool, com taxas diferenciadas, com o objetivo de estimular a microeconomia no Estado”, sugeriu Sidney Meneguetti, vice-presidente da Fiep e presidente do sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado do Paraná.

Para Anísio Tormena, presidente da Alcopar (Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná), a crise afetou a exportação do etanol. “Os EUA são nosso maior parceiro lá fora, mas com a crise, perdemos um pouco de mercado”, disse.

Durante o Fórum, os empresários destacaram medidas para alavancar o setor. Dentre as medidas, destacam-se a atuação para restituição de crédito para o setor, redução da carga tributária, criação de um programa de profissionalização especifica para o segmento, ênfase na logística – visando escoamento da produção -, e modernização da legislação ambiental.

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