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Buscar a parceria entre o setor produtivo e as prefeituras visando o desenvolvimento sustentável dos municípios e atrair investimentos para a instalação de indústrias e parques industriais nas pequenas cidades. Essas são as principais propostas sugeridas por prefeitos e representantes de municípios da região Noroeste do Paraná, que participaram de encontro realizado pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nesta quinta-feira (16), em Maringá.
“Há um interesse econômico entre empresários e prefeituras. Precisamos estreitar o relacionamento e nos fortalecer politicamente para termos voz mais forte na hora de negociarmos junto às bancadas estaduais e federais”, disse o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, que conduziu o encontro.
Na avaliação de Rocha Loures, é necessário que os prefeitos se unam para a construção de uma agenda única de reivindicações e prioridades para as regiões. “Com uma agenda de interesses comuns é mais fácil buscar apoio. O próximo passo é definirmos esses pontos comuns, uma vez que não há desenvolvimento econômico e social consistente sem desenvolvimento político. É dessa união que precisamos”, destacou.
O prefeito de Maringá, Silvio Barros, parabenizou a iniciativa da Fiep em reunir o poder público para discutir ações conjuntas. “A Fiep é um parceiro forte e bem estruturado, que tem demonstrado respeito para com o cidadão paranaense nessa conversa com municípios. Ninguém, nem mesmo a Fiep, vai ajudar a resolver todos nossos problemas, mas o fato de a Fiep vir aqui e se propor a nos ajudar é um avanço significativo”, destacou.
Barros sugeriu que seja feito um mapeamento das vocações de cada um dos municípios para, a partir daí, potencializar as ações. “Podemos começar pelas regiões metropolitanas e a partir daí replicar para o restante do Paraná. A Fiep pode ser a catalisadora do processo e montar as políticas industriais. Temos que desenvolver a sinergia entre o poder público e as empresas”, disse.
Gilmar José Benkendors Silva, prefeito de Munhoz de Mello e presidente da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), se comprometeu a trabalhar as reivindicações levantadas pelos prefeitos: “Vamos definir as prioridades e buscar parcerias para desenvolver nossa região”.
Desenvolvimento regional – Foi consenso entre os prefeitos a qualificação da mão-de-obra e a atração de recursos para a instalação de empresas nos municípios. “Até temos muita mão-de-obra, mas sem qualificação. Esse é um desafio para todos os prefeitos de cidades pequenas”, disse o prefeito de Itambé, Antonio Carlos Zampar. Para o prefeito de Mandaguari, Cyllêneo Pessoa Pereira Junior, a capacitação da mão-de-obra poderia fortalecer as pequenas empresas instaladas nos municípios.
Outro desafio apontado pelos prefeitos é a mudança de cultura, ou seja, os municípios precisam deixar de ser essencialmente agrícolas e produtores de produtos primários. “Temos que ter nos municípios barracões industriais para a criação de emprego. É preciso aproximar as indústrias das prefeituras e abrir horizontes para outras possibilidades de negócios, que agreguem valor a nossos produtos”, afirmou o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Floresta, Edson Arnieiro.
Outra questão a ser trabalhada é o investimento em infraestrutura. “Quando uma indústria vai se instalar, ela procura o grande centro, que tem infraestrutura e suporte tecnológico. A cidade pequena também precisa dessa infraestrutura”, reivindicou a secretária de Indústria e Comércio de Paiçandu, Eliana Calçado, sugerindo um apoio da Fiep na obtenção de recursos financeiros para a implantação de novos parques industriais. “Hoje vemos que as grandes empresas buscam se instalar no eixos Rio-São Paulo. Temos que nos unir para trazer grandes indústrias para a região”, afirmou o prefeito de Santa Fé, Fernando Brambilla.
O secretário de Indústria e Comércio de Astorga, Almir Matsuoka Correia, sugeriu a criação de micro polos industriais. “As micro-indústrias dos pequenos municípios sofrem a falta de capital de giro. Somos produtores de produtos agrícolas primários, teríamos que nos unir e processar nossos produtos, gerando valor agregado”, disse, destacando que os micro polos industriais garantiriam a geração de empregos.
Uma das formas de atrair indústrias aos pequenos municípios, segundo o presidente do Sistema Fiep, é o fortalecimento de uma “marca Paraná”, que mostrasse toda potencialidade, criatividade e qualidade de nossos produtos. “A Fiep está apoiando o desenvolvimento do Estado de forma descentralizada. É preciso descobrir as potencialidades de cada região e tornar isso um chamariz para os investidores”, disse. “Nosso desafio é proporcionar, através de nossos serviços do Sesi, Senai, IEL e Unindus, plataformas de apoio para que as empresas possam se desenvolver. A agenda da indústria deve estar alinhada com a agenda da sociedade”, destacou.