A indústria paranaense vendeu 7,16% menos nos cinco primeiros meses de 2009 em comparação ao mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira (02) o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em seu relatório mensal sobre o desempenho industrial do Estado. Segundo a Fiep, de janeiro a maio deste ano, 16 dos 18 gêneros industriais pesquisados apresentaram resultados negativos em vendas industriais. Na comparação com maio de 2008, o descréscimo foi de 4,30%. Em relação a abril, o nível de vendas cresceu 8,51%.
De acordo com o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, a evolução registrada em maio último é a maior para um mês de maio desde 2002. “Vale lembrar, por outro lado, que abril de 2009 apresentou a maior queda para um mês de abril em toda a série histórica. O crescimento registrado em maio, portanto, não é uma variação que reflete um aumento de atividade industrial significativa”, afirma. “A redução nos cinco primeros meses é consequência da crise financeira que afetou o dinamismo da economia real”, analisa o economista.
As compras de insumos registraram queda de 20,15% nos cinco primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período do ano anterior. “Isto evidencia que a indústria continua adequando suas compras e estoques a um novo nível de atividade econômica, ainda indefinido”, diz Schmitt. “Está ocorrendo uma desova de estoques e cautela em se realizar novas encomendas em virtude da falta de clareza sobre a atividade econômica futura”.
No mês, dentre os três generos de maior participação relativa na indústria paranaense, apenas Alimentos e Bebidas apresentou acréscimo nas vendas, de 16,51%. Os outros dois recuaram: Refino de Petróleo e Produção de Álcool (-7,13%) e Veículos Automotores (-2,37%). Dentre os demais gêneros, os que apresentaram maiores aumentos foram Produtos Têxteis (34,69%) – aumento das exportações de seda; Metalúrgica Básica (31,19%) – aumento de exportações e de pedidos; e Máquinas e Equipamentos (25,68%) – aumento das exportações e pedidos no mercado interno, principalmente da linha branca. Os gêneros que apresentaram as maiores quedas foram: Material Eletrônico e de Comunicações (-13,04%) – queda da demanda; Edição e Impressão (-9,14%) – fim de encomendas; e Refino de Petróleo e Produção de Álcool’ (-7,13%) – redução da produção de combustíveis.
Emprego e salário – Maio registrou uma oscilação para baixo no nível de emprego. Onze dos gêneros pesquisados apresentaram resultados negativos, provocando uma baixa de 0,05%. O emprego diretamente ligado à produção caiu 0,5%. As maiores quedas foram nos setores de Móveis (-4,46%) – redução das exportações e queda na demanda interna; Metalúrgica Básica (-3,75%) – desativação de linhas de produção; e Máquinas e Equipamentos (-1,66%) – ajustes na estrutura produtiva. Já a massa salarial líquida apresentou, em maio em relação a abril, aumento de 2,85%; as horas trabalhadas recuaram 0,39%; e a utilização da capacidade instalada manteve-se em 77%.
Na avaliação do Departamento Econômico da Fiep, a melhora verificada em maio nas vendas industriais aproximou o resultado acumulado das previsões feitas anteriormente, de que o primeiro semestre de 2009 teria uma performance estimada entre 7% e 8% abaixo da de 2008.