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Empresários, executivos e dirigentes sindicais do setor de Materiais Plásticos do Paraná elegeram a redução de encargos sobre a folha de pagamentos como a principal prioridade que pode ser tomada pelo poder público para aumentar a competitividade do setor neste momento de enfrentamento da crise financeira. Representantes do setor citaram o exemplo do Proplast, programa de incentivo à indústria de químicos e petroquímicos, criado pelo governo do Rio Grande do Sul. A medida foi uma entre as apontadas pelos participantes do Fórum Setorial de Materiais Plásticos, promovido nesta quarta-feira (20) pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em Curitiba.
O Fórum Setorial reúne empresários de diferentes setores industriais para a construção de uma agenda conjunta de medidas que podem ser tomadas por órgãos do poder público, pelo Sistema Fiep e pelas próprias empresas do setor e sindicatos empresariais. De uma lista de mais de 20 medidas sugeridas pelo fórum, os participantes elegeram as prioritárias de cada segmento. No encontro desta quarta, foram apontadas como urgentes também a redução do ICMS sobre a energia elétrica consumida em horário de ponta pelo poder público, a representação institucional do setor fortalecendo sua pauta de reivindicações pelo Sistema Fiep e a divulgação dos benefícios ofertados às empresas pelos sindicatos empresariais.
A partir da definição de pauta de ações, o fórum elege uma comissão que cuidará da execução das medidas em cada segmento, priorizando as medidas urgentes. “Este encontro é um foro legítimo da reivindicação de uma pauta comum. É uma iniciativa ímpar para uma cadeia produtiva tão importante para o Paraná. Unidos, vamos buscar nossas reivindicações em comum”, avaliou o diretor-geral da Hettich, Mauro Cardoso. “Essa foi uma oportunidade histórica. É a primeira vez que nos reunimos com foco nos problemas e naquilo que pode afetar o setor. Estamos acreditando no resultado do fórum”, afirmou a gerente jurídica da Companhia Providência, Kelly Gonchorowsky.
Antes do debate, os participantes do Fórum assistiram a palestra proferida pelo assessor técnico da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) Marcos Ferreira do Nascimento, que traçou um perfil da indústria brasileira de transformação de material plástico, que no País é representada por 11,2 mil empresas, empregando mais de 310 mil trabalhadores. No Paraná, são 917 empresas, a maioria delas pequena.
De acordo com Nascimento, o setor de Plásticos no Brasil apresentou um faturamento de US$ 22,3 bilhões em 2008, valor 19,6% maior que 2007. Desde setembro passado, no entanto, o nível de produção e faturamento caiu drasticamente, em consequência da crise financeira internacional. “O setor plástico não é descolado de nenhum setor da economia”, frisou.
Segundo os dados da Abiplast, o ano de 2008 registrou um déficit recorde na balança comercial. O setor importou um total de US$ 2,3 bilhões, valor 30% acima do ano anterior, resultando numa balança deficitária em US$ 996 milhões. “Um de nossos desafios é desenvolver a cultura exportadora e aumentar as exportações”, afirmou Nascimento. A previsão da Abiplast é que o setor sofra uma baixa no comércio exterior e que isso se reflita na queda do nível de emprego na indústria. Segundo o assessor técnico, um dos caminhos que podem ajudar a reverter esse cenário é o de consolidar o produto brasileiro como solução ambiental sustentável.
Até julho, a Fiep promove Fóruns Setoriais com 16 diferentes setores da indústria paranaense. Nesta quinta-feira (21), é a vez dos setores Químico, Farmacêutico, Cosméticos e de Higiene Pessoal. Os próximos encontros devem acontecer a partir de junho, em datas a serem confirmadas.