clique para ampliar   Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Bracelpa (Foto: Gilson Abreu) |
Empresários, executivos e dirigentes sindicais paranaenses do setor de papel e celulose querem baixar os tributos incidentes sobre investimentos para alavancar os negócios da indústria neste momento de enfrentamento da crise financeira internacional. A medida foi uma das principais sugestões feitas nesta quinta-feira (14) pelos participantes do Fórum Setorial de Papel e Celulose, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em Curitiba.
A Fiep está promovendo até julho os Fóruns Setoriais, uma série de reuniões com representantes de todos os setores da indústria do Estado para debater as ações necessárias que cada segmento industrial pode tomar para atravessar a crise e aproveitar oportunidades. Neste encontro, os participantes assistiram à palestra da presidente executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, e relacionaram medidas que podem ser tomadas pelo Sistema Fiep, por órgãos do poder público e pelas próprias empresas e sindicatos empresariais para fortalecer o setor no atual cenário econômico.
“Nós temos a boa notícia de não ir tão mal, mas exportamos para aqueles que estão piores do que nós”, disse Elizabeth sobre a atual situação do setor de papel e celulose no Brasil. Dados da Bracelpa dão conta de que as exportações de celulose e papel caíram 6,8% no primeiro quadrimestre do ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar disso, o potencial do Brasil como produtor é gigantesco, devido a fatores como clima e solo, pesquisa e desenvolvimento, organização do setor privado e mão-de-obra qualificada. “Mas é difícil crescer onde o investimento é tributado a 17% quando no resto do mundo é zero”, afirmou a presidente da Bracelpa.
Para o fortalecimento do setor, a Bracelpa defende, além da desoneração de investimentos, medidas como a ampliação das linhas de crédito para as operações de pré-embarque da celulose, apoio nos seguros de crédito para exportação e a regulamentação da Medida Provisória 451/08, que tem o objetivo de coibir o desvio de papel declarado como imune, além da ampliação dos programas governamentais para aquisição de livros didáticos.
Os empresários presentes ao encontro concordaram com a diminuição da carga tributária dos investimentos, e citaram como outras ações que podem ser tomadas pelo poder público a ampliação da imunidade tributária do papel imprensa e de revista para toda a cadeia produtiva, acesso a linhas de crédito e financiamento para projetos ambientais e florestais e a criação de uma política de incentivo ao consumo interno, entre outras sugestões.
Do Sistema Fiep, os participantes demandaram uma representação institucional que influencie a criação de políticas públicas do setor, o desenvolvimento de fornecedores locais para automação industrial e o fortalecimento das ações do Senai em aperfeiçoamento tecnológico de pessoal.
Já das empresas e sindicatos empresariais, os participantes apontaram a necessidade de melhoria contínua em gestão, no desenvolvimento de novos projetos e redução dos custos de produção; união para maior representatividade em benefício do setor; e divulgação de realizações e benefícios para melhoria da imagem do setor.
Na próxima etapa do Fórum, os participantes escolherão quais das medidas são as mais urgentes e relevantes e constituirão o comitê de governança que se responsabilizará pela execução das medidas. “O compromisso da Fiep é dar sua contribuição ao esforço do fortalecimento das associações das empresas desses importantes setores da indústria”, afirmou o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. “O Fórum Setorial é importante para fortalecer um setor que no Paraná é fundamental em faturamento e emprego e que está profundamente afetado pela crise. E a iniciativa de nos colocar juntos é um passo fundamental para sair da crise”, disse o diretor de vendas e relações externas da Norske Skog, Alex Pomilio.
Semana que vem serão realizados os Fóruns Setoriais dos setores de Materiais Plásticos (dia 20) e dos setores Químico, Farmacêutico, Cosméticos e Higiene Pessoal (dia 21), no Cietep, em Curitiba.