Relacionamento com países emergentes é uma das alternativas para a crise

II Seminário Brimcs reuniu, em Curitiba, representantes diplomáticos de Brasil Rússia, Índia, México, China e África do Sul. Em 2008, 9% das exportações paranaenses destinaram-se ao bloco

clique para ampliar Diplomatas do Brasil, Rússia, Índia, México, China e África do Sul participaram do encontro (Foto: Rogério Theodorovy)

As mudanças no cenário político e econômico não permitem mais apenas relações unilaterais entre os países. Vivemos uma realidade multipolar, em que a China e a União Européia despontam como importantes parceiros econômicos. “O Paraná é um dos principais estados exportadores para a China e se destaca pela qualidade e diversidade de produtos”, afirmou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – China, Charles Tang.

Tang e diplomatas do Brasil, Rússia, Índia, México e África do Sul participaram nesta quinta-feira (14), em Curitiba, do II Seminário Brimcs, encontro promovido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), através do Instituto de Planejamento e Promoção de Comércio Exterior (Ippex).

O governador do Paraná, Roberto Requião, participou da abertura do seminário e parabenizou a Faciap e a Fiep pelo oportuno momento em promover essa aproximação com os países emergentes. “Hoje os Estados Unidos  são o quinto parceiro comercial do Paraná, e muitos emergentes ocupam posição de destaque como a China e a Argentina. Essa aproximação entre empresários e autoridades de países dá ao Paraná a oportunidade de estabelecer relações comerciais com economias que estão no mesmo caminho do Brasil, fortalecendo a cultura do comércio exterior”.

A importância da abertura de novos espaços de conversação e, consequentemente, de negócios foram destacados pelo presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, na abertura do seminário. “Temos que estimular negócios com os países emergentes. Com a crise financeira mundial, temos que buscar novas oportunidades de mercado e investir nos países do bloco Brimcs representa uma boa estratégia, principalmente pelas entidades empresariais poderem contar com o apoio do governo do Estado”, comentou Rocha Loures, lembrando que em 2008, as exportações paranaenses para a Rússia, Índia, México, China e África do Sul somaram mais de US$ 2,5 bilhões, o que representa cerca de 9% de todas as vendas para o exterior realizadas pelo Paraná no ano.

Segundo o presidente da Faciap, Ardisson Nain Akel, as ações de comércio exterior são de longo prazo e começam com o conhecimento dos mercados. “Temos que aumentar as exportações paranaenses e estabelecer parcerias com países que, como o Brasil, estão em pleno desenvolvimento”, declarou Akel, que aproveitou a abertura do evento para adiantar que a Federação quer promover ainda este ano um seminário de negócios específico para o continente africano.

O seminário aproximou empresários paranaenses e diplomatas que representam as nações no Brasil, promovendo uma troca de informações mais detalhadas sobre as oportunidades de negócio. Após o evento o IPPEX e o CIN continuarão dando respaldo aos empresários que queiram fomentar seus negócios com os países do bloco. “A Fiep e o CIN possuem uma série de projetos que auxiliam o empresário na hora de exportar e prospectar negócios no exterior. Nosso objetivo é fomentar as exportações e, para isso, contamos com estudos de mercado e ferramentas que possibilitem preparar e levar empresários a feiras e missões, aumentando, assim, as possibilidades de negócios”, disse a coordenadora do CIN, Janet Pacheco.

Relações internacionais – Hoje a China é o principal parceiro comercial do Paraná. Dados do Departamento Econômico da Fiep apontam que entre janeiro e março de 2009, o fluxo de comércio foi de US$ 408 milhões (exportações de US$ 141 milhões mais importações de US$ 267 milhões). Em 2008, o Estado exportou mais de US$ 1,5 bilhão para a China, 155% a mais que em 2007. Os principais produtos comercializados são soja, óleo de soja, injetores e bombas de combustível para motores diesel, açúcar de cana, couro, papel e lâminas de madeira.

Para a Rússia, o Paraná exporta, principalmente, açúcar de cana, café solúvel, carnes desossadas de bovinos e soja (grãos e óleo). As exportações cresceram 82% entre 2007 e 2008, atingindo a US$ 455 milhões ano passado. Outro mercado promissor é a África do Sul, que injetou na economia do Estado, em 2008, mais US$ 245 milhões com a compra de óleo de soja, congelados de frangos e máquinas e aparelhos para colheita.

México e Índia também estão na lista de principais compradores de produtos paranaenses. Para o México, o Paraná exporta, principalmente, automóveis, acessórios para tratores e motores. Já para a Índia, são exportados óleo de soja e açúcar de cana.

Para o embaixador do México, Andrés Valencia Benavides, ações como o seminário Brimcs ajudam a fortalecer as relações políticas e de negócios entre os países participantes. “Esses encontros oferecem aos representantes a oportunidade de expor o potencial econômico que cada um de seus países tem para fazer negócios e aprofundar sua participação no comércio mundial”, disse. Para Benavides, os encontros também são uma excelente ocasião para apresentar para conhecer o grau de liberdade, confiança e segurança para que os agentes econômicos se relacionem ou se estabeleçam em um país.

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
Av. Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico - 80530-902 - Curitiba-PR