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Como reutilizar e reaproveitar os resíduos da indústria moveleira? Qual a melhor alternativa para a gestão dos resíduos? Como produzir um móvel ambientalmente adequado? Como utilizar a inovação e tecnologia a favor das indústrias moveleiras?
Estas questões permearam os trabalhos dos workshops realizados nesta terça-feira (07), durante o III Seminário Moveleiro Paranaense, promovido pelo Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.
Segundo o consultor técnico de Meio Ambiente do Senai-PR , Elcio Herbst, a problemática da destinação dos resíduos é comum a todos os tipos de indústria. Entretanto, a indústria moveleira é bastante pressionada pelos órgãos ambientais e Ministério Público para o cumprimento da legislação. “A maioria das empresas é micro e pequena e, muitas vezes, não há um cuidado com o gerenciamento de resíduos. É preciso ter em mente que há diversos caminhos para a gestão dos resíduos, desde a redução, reciclagem e disposição em aterros sanitários”, disse Herbst, que é especialista em gerenciamento ambiental na indústria.
A Lei Estadual 12.493/98 estabelece procedimentos referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Paraná, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais.
“A serragem e resíduos de madeira podem ser recicladas e reutilizadas na produção de outros materiais e também no reaproveitamento energético. Já os resíduos de cola, tinta e solvente precisam passar por uma descontaminação e co-processamento antes de serem reaproveitados. O papel, couro e sintéticos, plástico, espuma e metal também podem ser reaproveitados”, explicou Herbst.
Uma das alternativas, segundo o consultor, é a criação de uma central de processamento de resíduos. “O polo de Arapongas é um exemplo a ser seguido. As empresas se uniram e, através do Sindicato das Indústrias de Madeira e Marcenaria de Arapongas (Sima), construíram uma central de processamentos, que tem como resultado principal a minimização de perdas e custos”.
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Desenvolvimento sustentável – “Produzir mais com menos custo é uma questão de sobrevivência. Transformar o passivo ambiental em ativo econômico, o lixo, em riqueza, é necessidade.” A opinião é do empresário Humberto Ramos Cabral, diretor industrial da Embafort Embalagens Industriais e especialista em tecnologia da madeira, que participou do painel de workshops do Seminário Moveleiro.
Cabral apresentou o projeto de casa sustentável, desenvolvido pela empresa, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Hoje, 70% da população mundial pertence às classes D e E, sendo que no Brasil são cerca de 124 milhões de pessoas. Este é um mercado crescente e que deve ser explorado”, disse.
As moradias projetadas por Cabral são feitas com madeira de reflorestamento e são modulares, ou seja, permitem a construção da habitação de acordo com as necessidades da população. “Cada casa tem em média 30 m2, com quarto, sala, cozinha e banheiro. Se o chefe de família quiser aumentar a casa para 100 m2, é possível, pois os kits modulares se encaixam, permitindo a ampliação”, disse Cabral.
Segurança – Outra questão abordada nos workshops foi a segurança em máquinas. Waldemar Furbringer, consultor na área de Madeira e Mobiliário do Senai-Cetmam, em São José dos Pinhais, mostrou os dispositivos de segurança e sua utilização para a melhoria de qualidade no trabalho. “A questão da segurança é fundamental, mas muitas empresas deixam a questão em segundo plano. É preciso analisar todo o processo fabril e investir na segurança dos funcionários”, disse.
O Senai presta consultoria às indústrias moveleiras interessadas em melhorar os procedimentos de produção e segurança. Os empresários interessados podem entrar em contato pelo telefone (41) 3299-6200.
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