Design deve interpretar necessidade das pessoas, diz especialista

Para Emmanuel Gallina, designer de móveis que trabalha entre Milão, Paris e Pequim, simplicidade tem alto valor qualitativo

clique para ampliar O designer de móveis Emmanuel Gallina aponta a simplicidade como uma grande tendência do mercado europeu (Foto: Gilson Abreu)

Nascido na França e formado pelo Instituto POLI.design de Milão, na Itália, o designer de móveis Emmanuel Gallina apresentou na palestra de encerramento do III Seminário Moveleiro Paranaense, realizado nesta terça-feira (07) pelo Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em Curitiba, uma série de exemplos das mais recentes tendências no design de móveis europeu. Em sua palestra, Gallina, que trabalha entre Milão, Paris (França) e Pequim (China), afirmou que “o design deve interpretar as necessidades sócio-culturais das pessoas”: “É muito importante o contato do designer com a área comercial da empresa para qual ele trabalha para entender melhor as demandas do mercado”.

Para Gallina, o designer deve ser uma espécie de “maestro” do projeto de criação de móveis: “O caminho é reinterpretar os trabalhos mais antigos fazendo com que ele fique moderno, podendo ser aproveitado pelo mercado. Em seu trabalho, o designer deve demonstrar qualidade para que o nome da empresa seja reconhecido por isso”. O investimento em inovação e design e a criação de novos produtos para a indústria moveleira paranaense foram alguns dos temas mais debatidos no Seminário. Gallina mostrou alguns de seus trabalhos realizados para a empresa de móveis italiana Poliform que foram expostos na última Feira de Móveis de Milão, de 2008. “Designer e empresa devem trabalhar em constante diálogo. Para se conquistar mercados deve haver essa troca de informações”, disse.

Emmanuel Gallina apontou a simplicidade como uma grande tendência do mercado europeu. Ele definiu a linha de trabalho dos maiores designers de móveis atuais como “clássica e ao mesmo tempo moderna”, adotando tons monocromáticos que criam uma forte identidade visual. “Uma composição escultural deve dar um ideal de leveza, ligada à ideia de simplicidade. O designer deve extrair o máximo da estrutura, mas sempre mantendo a pureza do projeto”, afirmou. Na visão de Gallina, simplicidade não é falta de qualidade. Ao contrário, ela “pode ter um valor altamente qualitativo”, disse, exibindo a imagem de uma banqueta desenhada para ser utilizada como criado-mudo.

O francês radicado na Itália apresentou uma coleção de móveis de madeira por entender que a indústria de móveis do Paraná “tem muita ligação com a madeira”. “Todas as grandes empresas que fazem sucesso em Milão está localizadas ao norte da cidade, em uma grande áera florestal”, contou, falando sobre a relação do design de móveis milanês com a matéria-prima e mostrando imagens de móveis que “trazem detalhes artesanais num produto industrial”. Gallina ainda apresentou à plateia exemplos de como seus primeiros esboços tornam-se produtos de catálogo industrial: “O designer tem que expandir a vontade de compra do consumidor”, sintetizou.

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