Vendas industriais registram queda de 10,66% no primeiro bimestre

Baixa atividade sazonal é agravada pela crise. O desempenho futuro vai depender da taxa de juro

clique para ampliar A indústria automotiva registrou queda de 20% em comparação a 2008 (Foto: Gilson Abreu)

As indústrias paranaenses registraram queda de 10,66% nas vendas no primeiro bimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2008, conforme informou nesta quinta-feira (02) o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). A baixa atividade típica deste começo de ano foi agravada pelo crise financeira internacional. Com isso, embora fevereiro tenha registrado alta de 2,42% em relação a janeiro, o bimestre teve desempenho negativo.

Para o Departamento Econômico da Fiep, o maior ou menor dinamismo da indústria paranaense ao longo do ano vai depender de pelo menos três fatores: do desempenho da agricultura, da evolução da taxa de juros destinada à aquisição de veículo, já que o segundo gênero de maior peso relativo na indústria do Paraná – ‘Veículos Automotores‘ – tem o seu desempenho ligado diretamente à concessão de crédito; e da evolução da construção civil, cuja expansão pode repercutir de forma positiva em outros setores da indústria.

“Com base nestes três fatores, nos próximos mese s poderemos determinar de forma mais precisa qual o novo patamar de nível de vendas que a indústria paranaense terá em 2009”, afirma Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep.

Segundo o economista, a atividade industrial neste fevereiro mostra sinais ambíguos: as vendas industriais, o nível de emprego total e a utilização de capacidade instalada aumentaram (+2,42%, +0,32% e aumento de três pontos percentuais, respectivamente); enquanto as compras de insumos e o pessoal empregado na produção declinaram (-12,77%, -0,82%, respectivamente). “Este paradoxo é decorrente da tentativa de as empresas se ajustarem à nova situação econômica nacional e internacional. Aparentemente, a maioria dos gêneros industriais (partindo dos fabricantes de bens duráveis – cuja demanda depende de crédito –  para os de consumo corrente) está fortemente envolvida com a identificação de sinais que permitam novamente sincronizar a produção com o consumo, tarefa complexa em um período de instabilidade”, analisa. Segundo o economista, o gênero ‘Veículos Automotores‘, após sofrer em janeiro a maior queda nas vendas (-50,07%), recuperou-se, em parte, aumentando-as 39,68% em fevereiro, porém mantendo-se em níveis 20% inferiores aos registrados no início de 2008 (jan-fev). O gênero ‘Alimentos e Bebidas‘, o de maior peso relativo na indústria de transformação no Paraná, aumentou suas vendas em 0,62% em fevereiro, situando-se, entretanto, 4,87% abaixo da performance do primeiro bimestre de 2008.

Fevereiro – O aumento de 2,42% nas vendas em fevereiro em comparação a janeiro deve-se ao desempenho  positivo observado em sete dos 18 gêneros pesquisados. Os dois gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense também apresentaram aumentos no último mês: ‘Alimentos e Bebidas‘ (+0,62%) -estabilidade – e ‘Veículos Automotores‘ (+39,68%) – recuperação parcial das vendas. Dentre os gêneros que apresentaram maiores aumentos, além dos já citados, destacam-se ‘Edição e Impressão‘ (+16,22%) – em razão de vendas sazonais de material didático; ‘Celulose e Papel‘ (+15,23%) – recuperação parcial de vendas; e ‘Máquinas e Equipamentos‘ (+5,00%) – aumento de vendas após redução de 35,72% em janeiro. As maiores quedas foram registradas em ‘Produtos Têxteis‘ (-32,93%) – sazonalidade da seda; ‘Vestuário‘ (-25,63%) – férias e sazonalidade; e ‘Artigos de Borracha e Plásticos‘ (-9,25%) – queda das exportações e redução sazonal de demanda.

As compras de insumos apresentaram redução de -12,77% em fevereiro, em conseqüência de reprogramação de ritmo mais lento da produção. Em se observando as origens das compras, as realizadas no Paraná (-5,25%), as originadas em outros Estados do País (-4,27%) e as importações (-45,16%) regrediram. Assim, quando comparado este último bimestre com o de 2008, as aquisições de insumos estão 18,80% inferiores. Na visão setorial, os gêneros industriais que apresentaram maiores acréscimos nas aquisições em fevereiro foram ‘Couros e Calçados‘ (+110,30%), ‘Produtos Têxteis‘ (+83,08%) e ‘Celulose e Papel‘ (+31,33%) – todos por recuperação de estoques após redução de 50,84%, 33,75% e 18,72% respectivamente em janeiro. Os maiores decréscimos foram verificados em ‘Refino de Petróleo e Produção de Álcool‘ (-59,95%) – flutuação típica inerente às operações de importação de petróleo; ‘Produtos Químicos‘ (-37,12%) – estoques elevados; e ‘Madeira‘ (-28,07%) – redução de demanda.

Em relação ao nível de emprego, seis dos 18 gêneros pesquisados alcançaram resultados positivos e 12 negativos no mês de fevereiro, aumentando-o em 0,32%. O emprego diretamente ligado à produção caiu 0,82%. O resultado deste primeiro bimestre contra igual período de 2008 apresenta queda de 3,52% no ‘pessoal empregado total‘ e de

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