A falta de poder aquisitivo não deve limitar o design para móveis direcionados à população de baixa renda. É uma fatia de consumidores que vem crescendo no Brasil e que deseja produtos de qualidade, não só com funcionalidade. A opinião é do arquiteto europeu e professor da Faculdade de Design do Politécnico de Milão (Poli.Design), na Itália, Francesco Zurlo. Ele está em Curitiba nesta semana para capacitar os técnicos do Senai de diversos estados brasileiros.
Para Zurlo, que ministrou a palestra “Observação de Tendências no Design do Mobiliário”, nesta quarta-feira (11), os designers brasileiros devem se esforçar para criar uma imagem de que no Brasil há móveis de qualidade a preços acessíveis, como acontece na Itália. “A base da pirâmide social vai mover a fortuna no futuro”, projetou o consultor. “Mesmo com a margem de lucro menor, a quantidade de consumidores nessa faixa social pode tornar o negócio rentável”, completou.
O arquiteto apresentou as principais tendências para o design de móveis identificadas em feiras internacionais na França e na Alemanha. “São seis tendências principais, divididas por aspectos que remetem sensações e momentos atuais”, explicou Zurlo, citando Cheiro e Vazio, Naturalidade, Sustentabilidade, Assimetria, Revisitação ao Passado e Minimalismo, como os aspectos mais evidentes observados.
A palestra integrou o projeto Senai Design Futures, uma iniciativa do Departamento Nacional do Senai, em parceria com a Poli.Design , que prevê a capacitação de técnicos do Senai para prestação de serviços em consultoria empresarial em design de mobiliário, couro e artefatos, e moda e têxtil. O evento foi transmitido para todos os departamentos regionais do Senai que fazem parte do Design Futures (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraíba) e também para os estados que integram o Programa Senai de Gestão de Design.
Essa foi a segunda etapa do Projeto. No primeiro momento, realizado no ano passado, foi identificada a realidade do setor de mobiliário no Brasil. Segundo Zurlo, o país se mostra como um mercado promissor, faltando apenas definir melhor o seu design. “As diferenças existentes entre as regiões do Brasil trazem uma colagem interessante para o desenvolvimento do design. Percebo que existe um fermento nas empresas para uma tentativa de definir seus estilos”, contou. A capacitação dos técnicos vai até esta sexta-feira (13), e acontece no Cietep, na Av. Comendador Franco, 1.341, Jardim Botânico.