A atividade industrial do Paraná registrou queda de 17,02% em janeiro no comparativo com dezembro de 2008, informou nesta terça-feira (10) o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em sua pesquisa mensal do desempenho industrial paranaense. No comparativo com janeiro de 2008, a retração foi de 10,36%. Os resultados fazem de janeiro deste ano o pior primeiro mês do ano para a indústria do Paraná em toda série histórica pesquisada.
“A crise financeira instalada no último trimestre de 2008 interrompe três anos consecutivos de crescimento da indústria paranaense”, avalia Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep. Ele lembra que os últimos cinco anos acumularam um crescimento médio de 6,34% ao ano. “Este 2009 certamente será um ano de menores vendas em relação a 2008”, prevê. Segundo Schmitt, esta dimensão ainda é impossível de prospectar diante das incertezas e da volatilidade dos indicadores conjunturais. De acordo com o economista, é preciso também aguardar o desempenho da agricultura no mundo e no Paraná para fazer alguma previsão do desempenho industrial para 2009 no Brasil. “A matriz industrial do Estado incorporou nos últimos 10 anos atividade produtiva altamente dependente de crédito, hoje afetado pela sua retração”, completa.
Em janeiro, 12 dos 18 gêneros industriais pesquisados pela Fiep apresentaram queda nas vendas industriais. As maiores reduções foram todas ligadas ao setor metalmecânico: Veículos Automotores (-50,07%), Máquinas e Equipamentos (-35,72%) e Metalúrgica Básica (-25,83%). “Máquinas e Equipamentos foi o gênero que mais aumentou suas vendas nos últimos dois anos no Paraná, o que indica o início da desaceleração de novos investimentos industriais”, afirma Schmitt.
Além do gênero de Veículos Automotores, os outros dois de maior participação relativa na indústria do Estado também apresentaram queda: Alimentos e Bebidas (-14,04%) e Refino de Petróleo e Produção de Álcool (-10,37%). “O baixo desempenho em janeiro é típico, porém, neste ano, foi afetado mais intensamente pela crise financeira internacional”, diz Schmitt. “Os segmentos que sofreram maior queda nas vendas são influenciados diretamente pela falta de crédito, para pessoa física e jurídica, e pela perspectiva de declínio da atividade econômica”, afirma o economista.
Emprego e salário – Acompanhando a baixa nas vendas, o nível de emprego e a massa salarial líquida também registraram queda em janeiro. O emprego diretamente ligado à produção caiu 4%. No comparativo com janeiro de 2008, a queda foi de 3,46% no pessoal empregado total e de 2,97% no pessoal empregado na produção. Já a massa salarial líquida apresentou redução de 22,14% em janeiro em relação a dezembro, devido especialmente aos pagamentos de 13º salário e participação em resultados e férias em dezembro. As horas trabalhadas caíram 6,68% e a utilização da capacidade instalada reduziu-se para 69%.