Em sintonia com as necessidades da indústria paranaense, o Senai inaugura na próxima quinta-feira (12), às 18h30, em Maringá, o Laboratório de Bioprocessos Industriais e Biotecnologia. O novo empreendimento vai atender principalmente a demanda das indústrias de alimentos e meio ambiente, além de usinas de açúcar e álcool e laboratórios de biologia molecular por profissionais qualificados para atuarem nas áreas de bioprocessos e biotecnologia.
“Diversos setores da indústria do Paraná poderão se beneficiar com a qualidade dos técnicos em bioprocessos e biotecnologia formados pelo Senai”, afirma João Barreto Lopes, diretor do Senai Paraná. De acordo com ele, a escolha de Maringá para sediar o novo laboratório foi devido à força do setor industrial nas regiões Noroeste e Norte do Paraná. “Representa a interiorização de nossas atividades para este segmento”, completa Barreto.
Ele destaca o significativo desenvolvimento agroindustrial nas regiões Noroeste e Norte, setor em que a biotecnologia tem grande importância. “Estamos atentos a pesquisas que identificam os setores mais promissores do Estado. Uma pesquisa desenvolvida pelo Senai desde 2005 aponta a biotecnologia como um ramo em expansão no Estado”, observa o diretor do Senai Paraná.
O investimento total no empreendimento foi de R$ 500 mil, sendo R$ 250 mil do Departamento Nacional do Senai, R$ 225 mil do Senai Paraná e R$ 25 mil da Alcopar (Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná).
Capacidade de atendimento
Planejado para ser utilizado nas aulas práticas do curso técnico de Bioprocessos Industriais e Biotecnologia, iniciado nesta semana para 35 alunos, o laboratório tem 340 metros quadrados, divididos em seis laboratórios e um almoxarifado com vidrarias e reagentes. “A capacidade de atendimento será de mais de 100 alunos, simultaneamente”, anuncia a gerente do Senai Maringá, Terezinha Naiverth Antonechen.
O laboratório está equipado com estufa de cultura microbiológica, centrífuga de bancada, capelas de exaustão, autoclave, biorreator (5 litros), chapa de aquecimento, moinho de esferas, turbidímetro, sistema de osmose reversa, microscópios, estufa incubadora para DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).
“Inicialmente atenderemos apenas alunos do curso técnico. Mas o objetivo é torná-lo, a partir de 2010, um laboratório prestador de serviços, realizando análises e ensaios para empresas”, explica Terezinha. Hoje, o laboratório já permite a realização de diversas atividades, como análise microbiológica e de fatores que afetam o crescimento microbiológico, determinação de cinzas, identificação de microorganismos, microscopia, seleção de substratos e determinação de pH.
De acordo com a gerente, o laboratório vai fornecer formação técnica para um campo onde o mercado procura por profissionais. “Na área de laboratórios existe a manipulação genética para obtenção de plantas com maior resistência a pragas e herbicidas. No meio ambiente é notável o uso de microrganismos no tratamento de efluentes industriais e degradação de substâncias tóxicas. Na área de alimentos há a necessidade cada vez maior de produzir alimentos livres de contaminantes”, exemplifica Terezinha. “Vamos preencher essa necessidade do mercado”, completa.
Sucroenergético
“Para o setor sucroenergético a demanda por profissionais com um nível de qualificação melhor é muito grande mesmo com a crise financeira atual, que acreditamos ser passageira”, frisa o presidente da Alcopar, Anísio Tormena. Ele explica que o setor busca um crescimento vertical, no qual é extraído o máximo da mesma matéria-prima. “Para conseguir isso, precisamos de mão-de-obra especializada, o que será possível com a utilização do novo laboratório”, destaca Tormena.
Considerado o segundo maior pólo sucroenergético do País, Maringá e regiões Norte e Noroeste (Bandeirantes, Jacarezinho, Paranavaí, Umuarama, Cianorte, entre outros municípios) abrigam 25 das 30 usinas situadas no Paraná, responsáveis por cerca de 80 mil empregos diretos e 500 mil indiretos. “Um setor bastante representativo do ponto de vista social e econômico”, completa Tormena, lembrando que a produção do ano passado foi de 52 milhões de toneladas, atrás apenas de São Paulo.