Para Fiep, equipe do BC ficou obsoleta para lidar com a crise
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirmou nesta quarta-feira (10/12) que é preciso mudar a condução do Banco Central. “Ao manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano a equipe do Banco Central se mostrou obsoleta para lidar com o cenário e os efeitos da crise”, disse.
Na avaliação do dirigente, deixar a taxa neste nível representa a validação de uma política recessiva. “O Brasil não crescia há duas décadas e não podemos aceitar a decisão do Copom. Ela se mostra uma verdadeira calamidade ao não agir para evitar a destruição do espírito empreendedor que fez o País crescer nos últimos anos. O governo precisa agir rápida e pesadamente em favor da produção, ajustando a política monetária e cambial para que tenhamos capacidade de financiar o setor produtivo”, destaca.
O presidente da Fiep disse ainda que o Banco Central precisa compreender, como fazem os bancos centrais de todo o mundo, que a política monetária é parte da política econômica e que a razão desta é dar sustentação mínima ao funcionamento da economia e à geração de empregos. “Há claros sinais que apesar da valorização cambial, as pressões inflacionárias estão sendo atenuadas pela queda dos preços das matérias primas e pela depressão mundial”, declarou.
“Não se justifica o uso da pseudo-ortodoxia em vigor em nome de uma suposta ameaça inflacionária que só é enxergada pelos `guardiões da moeda`. Em termos do balanceamento de riscos entre inflação e recessão, não há nenhuma dúvida de que o risco de recessão é muitíssimo maior e possui, caso se confirme, conseqüências mais negativas para a economia como um todo”, observou Rocha Loures.
Na visão do dirigente da Fiep, o Brasil precisa de uma forte redução da taxa de juros para fomentar o investimento, a produção e o consumo, como vem sendo feito pela maioria dos países. “Aquilo que pagamos de juros poderia ser destinado ao financiamento das atividades produtivas, contribuindo para manter o crescimento da economia brasileira num patamar socialmente aceitável, constituindo assim uma verdadeira política anticíclica”.