Investir em desenvolvimento regional é uma das saídas para a crise
Iniciativas conjuntas entre poder público e setor produtivo e trabalho nos Arranjos Produtivos Locais podem promover o desenvolvimento regional
O Brasil pode amenizar os efeitos da crise internacional através do desenvolvimento regional. Uma das estratégias é o investimentos em Arranjos Produtivos Locais (APLs). A afirmação é de Cristina Lemos, assessora da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na Secretaria de Arranjos Produtivos e Inovativos e Desenvolvimento Local. Ela participou nesta quinta-feira (11), em Curitiba, do Encontro da Rede Paranaense de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais.
O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) participa da Rede, que tem como objetivos promover maior articulação entre as entidades que apóiam os APLs e criar um ambiente favorável à implantação e consolidação dos arranjos no Estado. Também integram a Rede instituições do governo estadual, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Sebrae-PR.
“Os APLs são a experiência mais gratificante no sucesso de cooperação entre entidades. Os Arranjos Produtivos têm papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e tecnológico das regiões, beneficiando as empresas e integrando as comunidades locais, centros de tecnologia e pesquisa, instituições de ensino e entidades públicas e privadas”, disse o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, ressaltando que os APLs paranaenses são referência no Brasil.
“É impressionante o foco do trabalho dos APLs no Paraná. A cooperação entre as empresas e o setor público fazem toda a diferença no processo de inovação e desenvolvimento”, enfatizou Cristina. Para 2009, o BNDES, através da Secretaria de Arranjos Produtivos e Inovativos e Desenvolvimento Local, priorizará investimentos que resultem no desenvolvimento regional e inovação.
“O processo de inovação é interativo e envolve uma série de atores (econômicos, políticos e sociais). Não podemos olhar a inovação apenas o lado tecnológico”, disse Cristina.
De acordo com o secretário de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, Enio Verri, é preciso ter uma visão de longo prazo, pensando no papel de cada um no desenvolvimento. “A parceria entre o setor público e iniciativa privada é fundamental para que o Brasil e o Paraná dêem um salto de qualidade no desenvolvimento. O BNDES é de fundamental importância para receber investimentos e alavancar a economia”, disse.
Hoje, o Sistema Fiep, por meio do Senai, IEL e Sesi, apóia 20 APLs industriais no Paraná, que englobam cerca de 3.900 indústrias e geram mais de 70 mil empregos diretos.
Os 20 Arranjos industriais consolidados apoiados pelo Sistema Fiep são: Confecções (Cianorte), Confecções (Maringá), Confecções (sudoeste do Estado), Confecções (Londrina), Bonés (Apucarana), Móveis (Arapongas), Móveis (Sudoeste), Derivados da Mandioca (Paranavaí), Madeira e Esquadrias (União da Vitória), Malhas (Imbituva), Metais Sanitários (Loanda), Moda Bebê (Terra Roxa), Cal e Calcário (Região Metropolitana de Curitiba), Equipamentos e Implementos Agrícolas (Cascavel e região), Tecnologia de Informação (Londrina), Tecnologia da Informação (Pato Branco), Instrumentos Médicos – Odontológicos (Campo Mourão), Software (Curitiba), Software (Maringá) e Alumínio (Sudoeste).