Ergonomia

Sistema Fiep inicia programa de formação inédito no Paraná

Sistema Fiep inicia programa de formação inédito no Paraná

O Programa de Formação com Certificação Internacional de Competência em Ergonomia para a Indústria foi aberto nesta terça-feira (23), com palestra do especialista Pierre Falzon, da França. O curso formará rede de excelência nesta área

O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) deu início nesta quarta-feira (24) às atividades do Programa de Formação com Certificação Internacional de Competência em Ergonomia para a Indústria. A iniciativa, inédita no Estado, é do Sesi e do Senai Paraná, em parceria com o Conservatório Nacional de Artes e Ofícios (CNAM), da França, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O programa foi aberto oficialmente na noite de terça-feira (23), com uma palestra do especialista Pierre Falzon, diretor do Laboratório de Ergonomia do CNAM, sobre “Desempenho humano, desempenho das organizações”. Com mais de um ano de duração, o programa vai capacitar profissionais do Sesi e do Senai do Paraná, do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Bahia, da Fundacentro, da Superintendência Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho e das empresas Volvo, Correios, Petrobras e Spaipa.

O objetivo é formar uma rede de excelência em ergonomia, para disseminar conhecimentos sobre o tema e apoiar as indústrias em programas nesta área – que trata da qualidade de vida no ambiente de trabalho, através da redução de riscos que podem levar o trabalhador a desenvolver doenças ocupacionais.

“Essa aliança estratégica do Sistema Fiep com o CNAM e a Universidade Federal do Rio de Janeiro visa essencialmente ampliar as ações de prevenção de riscos e melhoria do ambiente de trabalho, com reflexo na saúde do trabalhador e no desempenho da empresa”, disse o vice-presidente da Fiep, Ronald Duschenes, na abertura oficial do programa. Participaram dirigentes do Sesi e do Senai, alunos e professores do programa, empresários e representantes das empresas parceiras.

O CNAM é um centro de excelência mundial em ergonomia. “Esse programa é um marco nas iniciativas do Sistema Fiep”, disse o diretor regional do Senai Paraná, João Barreto Lopes. “O Senai tem atuado fortemente na questão da prevenção, não só através dos serviços técnicos e tecnológicos ofertados às empresas, mas, sobretudo, através da conscientização dos profissionais das indústrias”, disse ele.

Solução inteligente – Para o diretor-superintendente do Sesi Paraná, José Antonio Fares, a formação de uma rede de competências em ergonomia é uma solução inteligente para uma das questões mais importantes no dia a dia das empresas. “A solução é inteligente porque reunimos parceiros de reconhecida competência nesta área. Queremos formar profissionais que tratem a ergonomia com a seriedade que a área merece, com foco na educação para a prevenção”, afirmou ele.

Na sua palestra, o especialista Pierre Falzon lembrou que a ergonomia é a disciplina científica que visa, ao mesmo tempo, o bem estar das pessoas e o bom desempenho das organizações. “Na realidade de hoje, esses dois objetivos nem sempre têm o mesmo peso”, afirmou ele.

A ergonomia surgiu nos países ocidentais, logo após a segunda grande guerra, período de reconstrução, de industrialização e inovação. Falzon discorreu sobre as mudanças ocorridas desde então nas tecnologias (automação, informatização), nos sistemas de produção, nas formas de trabalho e nas novas demandas sociais.

“Todo esse conjunto de mudanças traz novas tendências para a ergonomia. Inicialmente, a disciplina trabalhava mais com as correções das distorções que provocavam danos aos trabalhadores. Hoje, já temos a participação de ergonomistas nos projetos de máquinas, equipamentos e sistemas, de forma a que atendam os princípios de conforto e bem estar dos trabalhadores”, explicou.

A expansão da economia de serviços (comércio, consultoria, educação, saúde, serviços públicos) e o novo momento mundial – pelo qual a vantagem competitiva das organizações é vinculada ao conhecimento (informações, know-how), exigem menos trabalho físico e mais competência técnica, capacidade de organização, de comunicação e de adaptação.

A análise ergonômica, segundo Falzon, deve colocar em evidência as atividades espontâneas que contribuem para o bom desempenho das organizações. “Temos de mudar o paradigma. A ergonomia, hoje, deve ser compreendida como necessidade das organizações e não mais como obrigação, como adequação à legislação”, afirmou.

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
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