Nova Política Industrial é boa, mas ainda insuficiente para alavancar a economia
urante encontro com lideranças empresariais no Oeste e Sudoeste, presidente da Fiep fez uma avaliação dos avanços e do que falta à nova política industrial anunciada pelo governo
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, disse nesta terça-feira (13), durante encontro com lideranças empresariais da região Oeste e Sudoeste, em Cascavel, que a nova política industrial, anunciada no início da semana pelo governo federal, foi bem construída, mas ainda é insuficiente para alavancar a economia brasileira. “O plano está bem fundamentado, alicerçado em inovação, investimento e exportação. No entanto, este trinômio fica inconcluso porque o ambiente macroeconômico não permite sua evolução: os juros são muito altos, a moeda nacional está supervalorizada, temos falta de infra-estrutura e excesso de burocracia”, avaliou.
De acordo com o presidente da Fiep, deveria haver uma concentração de esforços para resolver esses gargalos. A primeira medida, disse, seria deixar de usar a política monetária como forma de conter a inflação. “Para isso, o governo deve utilizar a política fiscal, o que significa reduzir os gastos públicos, e, ao mesmo tempo, aumentar o investimento em infra-estrutura”, ressaltou. Para ele, sem essa mudança de paradigma, o país poderá enfrentar uma séria crise em dois anos.
O presidente da Fiep acredita que o país deveria traçar metas mais ambiciosas. “A revolução que a China fez em sua economia em 20 anos o Brasil tem condições de fazer em cinco anos. Precisamos mudar o pensamento dominante, parado no tempo, que acredita só ser possível controlar a inflação com taxas de juros.”
E ressalvou que, ainda que não seja a política ideal, demonstra o empenho do governo federal em propiciar um ambiente mais competitivo. Há 30 anos, lembrou, o país não elaborava uma política industrial, e esta contou, inclusive, com estudos e contribuições de diversas entidades, como a Confederação Nacional da Indústria, da qual é vice-presidente.
O próximo passo, afirmou Rocha Loures, é que os empresários se mobilizem para garantir mudanças na economia. “Com juros e câmbio equacionados, a política industrial com certeza será mais bem sucedida”, disse.
Desenvolvimento regional – O presidente da Fiep participou, em Cascavel, da instalação do Conselho Consultivo do Sesi Paraná e do Senai Paraná na região Oeste/Sudoeste. O Conselho, formados por presidentes de sindicatos empresariais e empresários, tem o papel de ampliar os canais de comunicação do Sesi e do Senai Paraná com as indústrias de todas as regiões. A região Oeste/Sudoeste é a segunda a receber o conselho. O primeiro foi implantado em março, no Norte.
Os próximos serão instalados nos Campos Gerais, Noroeste e Região Metropolitana de Curitiba. À tarde, o presidente da Fiep e as lideranças do Oeste e Sudoeste debateram questões relevantes para o desenvolvimento regional, que devem ser incluídas nas agendas das eleições municipais como forma de dar início a um planejamento de desenvolvimento local.