Rocha Loures defende política industrial e inovação como estratégia de competitividade
A proposta apresentada por Loures no Conselhão recebeu apoio do presidente Lula que se comprometeu a ser um articulador da Política Industrial até o final do mandato
A política industrial deve estar no centro da política de desenvolvimento do Brasil e a inovação deve ser o principal ponto da estratégia de competitividade do País. A tese, defendida pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), nesta terça-feira, em Brasília, foi bem recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula se comprometeu perante o Conselhão da Presidência da República a ser um animador da política industrial brasileira, tanto dentro do país quanto como interlocutor junto a outras lideranças internacionais e chefes de Estado.
O presidente Lula disse que vai ter dedicação intensa até o final de seu mandato para liderar o processo de implantação de uma política industrial a favor da indústria brasileira e do desenvolvimento nacional. Rocha Loures que integra o CDES como presidente do Conselho Nacional de Política Industrial e Denvolvimento Econômico (Copin), da CNI, disse que a inovação tecnológica deve ser um dos um dos pilares da nova política industrial. Ela sugeriu um amplo programa de desenvolvimento dos biocombustíveis e da cadeia produtiva do setor, bem como a capacitação de centros de pesquisa e empresários para a inovação tecnológica.
“A idéia é ter um grande programa estruturante, que capitalize os centros de pesquisa, o empresariado, todo o mundo político, todos os atores, para aprender a fazer inovação e aprender a fazer política industrial”, disse Rocha Loures. “Nossa sugestão é a de adotar os biocombustíveis para fazer o Brasil consolidar sua liderança mundial nessa área, crescer e ser referência em todos os elos dessa cadeia produtiva”, completou.
O presidente da Fiep lembrou que não existe país desenvolvido que não seja industrialmente forte. “Entendemos que a nova forma de fazer política industrial pressupõe um diálogo entre o setor público e o setor privado”, afirmou o presidente da Fiep.
Lula assistiu a um vídeo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que compara as realidades do Brasil, da China e da Índia. Os dois competidores do Brasil no mercado mundial passaram por profundas mudanças nos últimos vinte anos, a maioria delas incentivadas por políticas industriais voltadas ao estímulo das exportações, à substituição competitiva de importações, à formação de engenheiros, cientistas e toda a sorte de mão-de-obra qualificada e, principalmente, a inovação.
“A China se transformou nos últimos 20 anos, com a união da estratégia com a vontade política, adotando o viés da inovação. O Brasil pode se modernizar em cinco anos, porque as condições brasileiras são melhores hoje do que na China há 20 anos”, salientou Rocha Loures.
Para ele, a empresa nacional precisa de duas modalidades de apoio. “A primeira é o investimento: tem de melhorar o ambiente para se investir, ter melhores taxas de juros, mais créditos, etc. E a segunda é a inovação”, finalizou.