Aumenta a procura das mulheres por cursos de formação profissional
O público feminino ocupa cerca de 20% das matrículas nos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Paraná e no Brasil
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, ganham ainda mais importância os indicadores sobre a participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro. No Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), referência em formação profissional, ano passado as mulheres foram responsáveis por 290 mil matrículas em todo o Brasil, o que representa cerca de 20% do total. No Paraná, o indicador registra índice semelhante: 20,5% (14.962 de um total de 72.961 matrículas).
“A força e a presença feminina no mercado de trabalho não se dá somente por números, mas também pela qualidade”, ressalta João Barreto Lopes, diretor regional do Senai Paraná. Da década de 90 até hoje mais de 50% das micro e pequenas empresas do Brasil estão sob a liderança de uma mulher. “O que revela o espírito empreendedor das mulheres”, observa Barreto.
Além desses indicadores, outros levantados pelo Senai ajudam a traçar o perfil da mulher trabalhadora no Brasil: 42% das mulheres ocupadas na economia têm 11 anos ou mais de escolaridade; 30% das empregadas têm carteira assinada, atuam em profissões técnicas ou de nível superior e trabalham no setor industrial.
No Paraná, a presença das mulheres nos cursos de Aprendizagem Industrial, Qualificação e Aperfeiçoamento Profissional, Técnicos e Pós-Graduação aumentou nos últimos cinco anos. Em 2003, elas eram responsáveis por 17,19% das matrículas do Senai, ou 7.991, metade do índice alcançado em 2007. Há cinco anos, o Senai registrou 46.465 matrículas em todo o Paraná.
No Estado, a procura do público feminino concentra-se nos cursos dos setores Têxtil e Vestuário (4.522), Alimentos e Bebidas (3.492) e Gestão (2.558). Em 2007, 70,65% das matrículas femininas – ou 10.572 – foram registradas nestas áreas de atuação.
Nas áreas tradicionalmente masculinas como Eletroeletrônica, Metalmecânica e Telecomunicações a procura das mulheres ainda é considerada baixa. “Apesar disso, a cada ano aumenta”, informa o diretor regional do Senai Paraná. Ano passado, 9,09% do total de alunos matriculados nos cursos de Eletroeletrônica eram mulheres; em 2003, 3,61%. Nos cursos de Metalmecânica, o índice chegou a 10,23% em 2007; há quatro anos foi de 4,93%. Na área de Telecomunicações, 9,16% em 2007 e nenhuma matrícula em 2003. “Independente da ocupação escolhida, nossos dados mostram que as mulheres estão cada vez mais buscando qualificação profissional, um grande diferencial para conquistar uma vaga no mercado de trabalho”, concluiu Barreto.