Alunos de Ecodesign unem tecnologia e preocupação ambiental
Primeira turma do Programa de Formação da Unindus encerra o ano com produtos ambientalmente adequados. Nova turma será aberta em 2008
Os alunos da primeira turma do Programa de Formação em Ecodesign, lançado pela Universidade da Indústria (Unindus) em junho deste ano, concluíram o curso com a apresentação de projetos de produtos ambientalmente adequados.
De acordo com Cíntia Takada, coordenadora do Núcleo de Estudos e Práticas em Sustentabilidade da Unindus, o curso faz parte de um dos eixos estratégicos da universidade corporativa da Fiep, que é promover conhecimento que leve à gestão sustentável das empresas. “Oferecemos para a indústria um programa que forma profissionais capazes de identificar pontos de discordância entre a produção fabril e o meio ambiente e, a partir de ações práticas, ajudar a criar soluções viáveis visando a sustentabilidade”, diz, lembrando que uma segunda turma será aberta em 2008.
Os alunos apresentaram projetos com design ambientalmente adequado e viabilidade fabril. Bernadete Brandão, designer e coordenadora técnico-pedagógica do curso, explica que no decorrer das aulas foram indicados alguns caminhos para reduzir o impacto ambiental e social de produtos e sistemas produtivos industriais. “O ecodesign é uma ferramenta fundamental para diminuir os danos ao meio ambiente e, também, para gerar estratégias de lucro nas empresas”, afirma.
Para a designer, pensar em ecodesign é enxergar a produção do ponto de vista social e ecológico. “Esta é uma visão sistêmica que reflete em benefícios para a empresa e para o consumidor, resultando em sustentabilidade”, diz.
Participaram do programa gestores e líderes de produção, consultores industriais e comerciais, profissionais graduados nas áreas de design, engenharia, arquitetura, gestão ambiental, economia, comunicação, marketing, entre outras.
Mariana Atem Sassamori, que apresentou o projeto “Luz – Reuso de Embalagens Longa Vida em Luminárias”, avalia que as aulas ajudaram a enxergar o design de forma diferente. “Muitas verdades vieram à tona sobre o que fazemos e como fazemos. Realmente foi um grande aprendizado”, disse.
Mariana desenvolveu o projeto juntamente com as alunas Ana Paula Yamasaki, Enólia Cunha e Milena de Miranda. A base é o reuso de materiais para otimização da luz. Elas desenvolveram luminárias artesanais com embalagens longa vida. “Além de aumentar o aproveitamento da luz, o produto reduz o volume de resíduos sólidos”, explicou.
Segundo ela, só em Curitiba são geradas 60 toneladas de embalagens longa vida em um mês. “É uma grande quantidade de lixo de difícil reciclagem”, afirmou. O produto desenvolvido pela equipe de Mariana tem ainda um viés social. “Há possibilidade de ser produzido em comunidades carentes de forma artesanal”, concluiu.
Outro projeto de viabilidade fabril, baixo custo e que reaproveita resíduos foi apresentado por Ana Marise Pailo e Patrícia Pereira. Trata-se do jogo pedagógico Ecodesign Cadê, feito com resíduos de tecido. “Escolhemos o tecido como matéria-prima por ser de fácil transformação, de material durável e de grande disponibilidade”, afirmou Patrícia.
Para desenvolver o jogo, a equipe pesquisou, com a ajuda de uma pedagoga, o interesse por entretenimento entre crianças carentes. Com isso chegaram a um jogo pedagógico de tabuleiro voltado para crianças de 02 a 07 anos.
O curso – A próxima turma do Programa de Formação em Ecodesign está programada para o segundo semestre de 2008. O objetivo é fazer com que os alunos saiam do curso sabendo ler e interpretar dados ambientais e habilitados a desenvolver conceitos sustentáveis na adequação de produtos e processos.
A documentação de procedimentos para certificação e a geração de patentes de inovação são outros temas importantes do programa, que tem 160 horas de duração.