Sistema Fiep mapeia o futuro da indústria do Paraná
Trabalho de prospecção realizado pelo Observatório Senai indica as trajetórias para as áreas mais promissoras no Estado até 2015
O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná lançou nesta quinta-feira (29), em Curitiba, um estudo que identifica as áreas mais promissoras para o Paraná até 2015 e mapeia as trajetórias que o setor industrial terá de percorrer para aproveitar essas oportunidades e tornar-se mais competitivo. A pesquisa “Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense”, desenvolvida pelo Observatório Senai, foi apresentada durante o evento “Energia e Desenvolvimento Industrial Sustentável”. O trabalho, inédito, atraiu empresários, presidentes e diretores de sindicatos empresariais, representantes da PUCPR, UFPR, UTFPR, UEL, Lactec, Copel, Petrobrás, Itaipu, CNI, Votorantin, Prefeitura de Curitiba e Governo do Paraná, entre outros.
“O Sistema Fiep definiu, em 2004, o desenvolvimento sustentável do Paraná como visão de futuro em seu planejamento estratégico. Em 2005, foi realizou o projeto Setores Portadores de Futuro para o Paraná, que analisou as tendências e abordagens que marcarão o desenvolvimento industrial até 2015, prospectando oportunidades e identificando os domínios estratégicos mais promissores para a indústria do nosso Estado”, recordou o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, que abriu o evento. “Agora, com o projeto Rotas Estratégicas elaboramos mapas de trajetórias a serem percorridas para materializar o potencial percebido em cada região do Estado”, explicou.
A pesquisa, que poderá nortear decisões futuras das indústrias e do próprio Sistema Fiep, envolveu 150 especialistas e demandou dois anos de trabalho e cruzamentos de diversas informações. Foram levantados dados como vocações regionais, avanço tecnológico, mão-de-obra especializada, oferta de centros tecnológicos e de pesquisa, necessidades atuais e a longo prazo e tendências do mercado nacional e internacional.
O projeto foi desenhado para execução em duas fases. Na primeira, foram analisadas seis áreas de futuro para o Estado: energia, indústria agroalimentar, biotecnologia aplicada à indústria vegetal e florestal, biotecnologia aplicada à indústria animal, microtecnologias e produtos de consumo. A partir de 2008 serão contemplados outros cinco setores: papel, metalmecânico, plástico, saúde e turismo.
“As rotas são uma orientação de como fazer para explorar essas áreas identificadas como promissoras”, observou a economista Gina Paladino, assessora da presidência da Fiep. Segundo ela, três áreas são comuns em todo o Paraná. “Energia, agroalimentar e biotecnologia têm grande potencial”, citou ela, adiantando a próxima etapa do trabalho.
“A idéia é aglutinar os diversos grupos de interesse – academia, governo, setor industrial, entre outros – e atribuir tarefas para fazer a coisa acontecer”, revelou. Para isso, serão realizados encontros em fevereiro e março de 2008 em seis regiões do Estado: Curitiba e Região Metropolitana, Campos Gerais, Norte, Noroeste, Oeste e Sudoeste. “Vamos retornar para as regiões onde os estudos foram realizados, mobilizar a comunidade e explicar as ações a serem realizadas. Vamos oferecer uma metodologia para fazer com que os atores locais e regionais possam dialogar entre si”, disse.
Profundidade – Para o diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Lélio Fellows, o trabalho deve servir de modelo nacional. “Desconheço no Brasil e mesmo na América Latina qualquer pesquisa capitaneada pelo setor industrial com tamanha profundidade. O trabalho não só detecta as possibilidades, como também avança em como implementá-las, o que é uma garantia de sobrevivência. Vai além do trabalho de qualquer observatório. Sem dúvida, foi uma pesquisa realizada com metodologia de nível mundial”, considerou Fellows, que apresentou, durante o evento, uma conferência sobre “Estudos Prospectivos para o Setor Industrial”.
No encerramento, foi lançado o livro Cenários Energéticos Globais 2020, uma tradução integral dos cenários construídos pelo Projeto Millennium – 2020 Global Energy Scenarios.