Fiep vai coordenar programa de financiamento da União Européia
A partir de 2008 deverão ser disponibilizados 50 milhões de euros para aproximar pequenas e médias empresas latino-americanas de parceiros europeus
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) será a coordenadora do Eurocentro do Paraná. Responsável pela execução do programa AL-Invest, o Eurocentro financia a participação de pequenas e médias empresas latino-americanas em missões comerciais e promove a aproximação com parceiros europeus para efetivação de negócios. A solenidade de transferência do Eurocentro à Fiep aconteceu na quinta-feira (29), no Cietep, com a presença do diretor do programa AL-Invest da Comissão Européia, Maurizio Queirazza, e do presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.
O programa AL-Invest entra na sua quarta fase em 2008, que deverá ser a maior de todas, quando serão disponibilizados 50 milhões de euros. Na fase 3, a União Européia destinou 43 milhões de euros a países da América Latina, financiando 570 projetos que geraram mais de mil negócios. Desde o início da operacionalização, que aconteceu em 93, o programa já gerou negócios da ordem de 600 milhões de euros.
O presidente da Fiep disse que a Europa é a parceira preferencial do Paraná porque as duas regiões têm economias complementares. “Tenho certeza que temos grandes oportunidades de negócios e parcerias tecnológicas com pequenas e médias empresas da Europa”, disse Rocha Loures. Ele sugeriu que os negócios a serem financiados pelo programa AL-Invest foquem preferencialmente as áreas consideradas portadoras de futuro, como agroalimentar, biotecnologia e energia.
Em toda a América Latina existem 75 eurocentros, dos quais 20 estão no Brasil, sendo que são 12 sediados em federações de indústrias estaduais. O Eurocentro do Paraná foi o recordista em números de projetos financiados até o momento. São 174 projetos, superando até mesmo São Paulo que teve até o momento 119 projetos financiados.
Até o momento, o programa apoiou e financiou a participação em feiras internacionais, rodadas de negócios e identificação de parceiros estratégicos. A partir do próximo ano, o AL-Invest quer ir além. Para Maurizio Queirazza, o desafio da fase 4 será promover a aproximação dos eurocentros com o sistema bancário para facilitar o acesso ao crédito de longo prazo com o objetivo de financiar compras de equipamentos e capacitação de recursos humanos de pequenas e médias empresas.
“Sabemos que é necessário crédito de longo prazo especialmente para financiar a transferência de tecnologia com aquisição de máquinas e equipamentos e isso tem um custo muito elevado. As grandes empresas têm acesso, mas as pequenas e médias não. Nosso trabalho será negociar junto a bancos para oferecer também esses serviços com custos administrativos mais reduzidos, com treinamento dos funcionários dos eurocentros”, disse. Queirazza informou que já está em andamento um projeto piloto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington e a partir da quarta fase isso poderá ser ampliado.
No mundo – O AL-Invest é uma espécie de associação entre organismos parecidos com as federações de indústrias. São 270 grêmios industriais em 45 países (27 da Europa e 18 da América Latina). “Esta rede tão ampla atuando de forma integrada reduz muito o custo de participação em feiras e potencializa o resultado”, afirma Queirazza. Ele estima que o custo de participação em feiras na Europa possa ser reduzido de 5 mil para 1,5 mil euros para as empresas brasileiras. A diferença será coberta pelo programa. As empresas brasileiras poderão participar em estandes coletivos da América Latina.
Segundo dados do programa AL-Invest, as pequenas e médias empresas respondem por apenas 2,4% das exportações brasileiras. “Este dado contrasta com o número de emprego que, no Brasil, está muito mais concentrado nas pequenas e médias empresas”, afirmou Queirazza. Segundo ele, uma das principais propostas do AL-Invest é elevar esta participação no mercado internacional.