Indústrias de cosméticos recebem capacitação
O engenheiro químico Jean-Pierre Arraudeau orientou empresários sobre fabricação de cosméticos, metodologias de produção e testes de controle de qualidade das matérias-primas
Terminou na última sexta-feira (26), em Curitiba, a missão Internacional em Cosméticos, promovida pelo Senai Paraná, em parceria com a Câmara de Comércio França – Brasil do Paraná, o Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas e o Sebrae.
Durante a missão, que ocorreu de 15 a 26 de outubro, o engenheiro químico Jean-Pierre Arraudeau, especialista em cosméticos, proferiu palestras e capacitou técnicos do Senai e empresários para a fabricação de cosméticos, pomadas e produtos de toilette em geral e orientou sobre formulação de metodologias de produção e testes de controle de qualidade das matérias-primas e desenvolvimento de produtos para maquiagem.
Esta foi a segunda missão na área de cosméticos promovida pelo Senai. Em outubro de 2006, Arraudeau esteve no Paraná para orientar empresários sobre gestão, qualidade e tecnologia das empresas paranaenses do mercado de cosméticos visando torná-las competitivas no mercado internacional.
Em 2007, o foco da missão concentrou-se na capacitação e sugestões para a melhoria de carências. As indústrias solicitaram orientações sobre formulações de produtos e resolução de problemas tecnológicos, exportação, legislação européia, tratamento da água e de efluentes, testes para controle de qualidade e extratos vegetais. Uma das participantes, inclusive, formulou novos produtos a partir das orientações do perito e obteve melhorias no processo produtivo.
“Tínhamos um rímel que não estava alongando os cílios. Por sugestão do perito, adicionamos alguns ativos e verificamos a melhoria. O produto está em fase de testes e deve entrar no mercado assim que terminarem as fases de análise de eficácia, toxicidade e qualidade”, conta Vanessa Reikeal Isidro, farmacêutica química da Natuphitus, empresa de cosméticos em Almirante Tamandaré. A Natuphitus está no mercado há 12 anos e é especializada em maquiagem, linha estética e protetores solares.
Arraudeau visitou oito empresas de cosméticos e sugeriu ações para atender a necessidade e carências comuns entre elas: consultoria em processos de produção, métodos e controle de produção e qualificação nas áreas de gestão e processo produtivo.
De acordo com Deise do Rocio Kella Perioto, proprietária e farmacêutica bioquímica Agreste Cosmética Brasil, de Almirante Tamandaré, as empresas têm carência na capacitação de mão-de-obra. “Não temos em Curitiba nenhum curso que qualifique mão-de-obra fabril para o setor. Hoje, a capacitação é feita dentro das empresas e, muitas vezes, não consegue atender a todas as necessidades e demandas do processo produtivo”, afirma.
O gerente de Alianças Estratégicas e Projetos Especiais do Senai, Amilcar Badotti Garcia, afirma que não existe no Brasil outro Senai que trabalhe com o setor de cosméticos. ‘ Senai Paraná poderá ser o primeiro a oferecer capacitação nesta área. Existe um grupo de 38 empresas do setor atuando de maneira integrada, com suporte do Sebrae. Vamos validar com esse grupo e outras empresas interessadas algumas propostas de educação profissional e ver a viabilidade de montar uma estrutura de laboratórios específicos para cosméticos e fármacos no Senai.”
NaFrança, existem cursos de qualificação isolados e uma escola especializada na formação para cosméticos. Os cursos de graduação em Farmácia das três maiores universidades francesas também oferecem especialização em cosméticos no último ano do curso.
O setor de cosméticos de Curitiba e RMC se caracteriza pela presença de micro e pequenas empresas com atuação na área de maquiagem e estética, bem como em nichos específicos: produtos para tratamento facial e corporal direcionados a profissionais de estética, xampus e condicionadores para salões de beleza e extratos vegetais.
Arraudeau acredita no potencial das indústrias de cosméticos paranaenses. “las devem focar seus domínios de atividade. Hoje, nem mesmo as grandes empresas trabalham com todos os segmentos do mercado. Há muita terceirização.”