Queda do dólar reforça necessidade urgente de reforma no câmbio, afirma Rocha Loures
A acentuada queda na cotação do dólar que nesta terça-feira (15) ficou abaixo de R$ 2 só vem confirmar a nossa tese de que uma mudança na política cambial brasileira é absolutamente inadiável. A afirmação é do presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures. Segundo ele, a valorização do real frente à moeda norte-americana aprofunda o processo de desindustrialização do Brasil. “A nossa produção industrial está sendo substituída por produtos importados e, com isso, agrava-se o quadro de desemprego e de queda da renda da população”, afirma.
Rocha Loures lembra que o ano passado a retração no emprego no Brasil foi evidente em setores que competem diretamente com produtos importados. A perda de postos de trabalho foi de 5,4% no vestuário, 13,2% no setor de calçados e 6,9% em máquinas e equipamentos. “O câmbio valorizado continuará exterminando empregos no Brasil e criando postos de trabalho no resto do mundo. A conseqüência disso será a perda de substância econômica e aumento da procura por sistemas privados de segurança nas cidades”, adverte.
O presidente da Fiep cita o exemplo dos países emergentes que estão deliberadamente mantendo o câmbio desvalorizado para conseguir competir no mercado internacional. “A política cambial adotada pelo Brasil precisa ser revista sob pena de o país se especializar unicamente na produção e exportação de commodities, o que certamente não é a melhor estratégia de crescimento e desenvolvimento”, reforça.