Empresas precisam triplicar investimentos em P&D
Conclusão é do 2º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, que reuniu cerca de 700 pessoas em São Paulo
Os investimentos das empresas brasileiras em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) devem aumentar para 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2010. Isso representa o triplo dos investimentos atuais que equivalem a 0,4% do PIB. Com a expansão da participação das empresas, o Brasil poderá duplicar as aplicações na área, e passar dos atuais 1% para 2% do PIB, o que aproximaria o país de outros competidores internacionais, como a Coréia, onde os investimentos em inovação representam 3% do PIB.
Essa é a principal conclusão do 2º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Na avaliação dos cerca de 700 empresários, acadêmicos e representantes do governo que participaram do evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são imprescindíveis para ampliar a participação do Brasil no mercado internacional e acelerar o ritmo de crescimento da economia.
O aumento dos investimentos das empresas em inovação depende, no entanto, de uma série de condições. Na avaliação da indústria, as principais medidas para estimular a inovação no setor privado são:
1) Ampliar o acesso das empresas às linhas de crédito existentes e articular as ações das agências financiadoras, integrando a disponibilização de recursos e otimizando as características de cada agência.
2) Rever os incentivos à pesquisa e inovação previstos na Lei do Bem, que ampliou os benefícios fiscais previstos na Lei de Inovação. A proposta é aumentar o número de empresas potencialmente beneficiárias, em especial as companhias que atuam no regime de lucro presumido e as micros e pequenas empresas.
3) Dar continuidade ao processo de modernização do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Depois do 1º Congresso de Inovação, em 2005, o INPI realizou concurso para recomposição do quadro funcional, o que facilita a modernização e a aceleração da aprovação dos processos de marcas e patentes.
4) Estimular uma nova visão de parceria público-privada, integrando a atuação dos organismos do governo federal voltados ao apoio da inovação. Também é preciso promover a interação desses organismos com os órgãos de controle de orçamentos.
5) Estruturar a política de incentivo do desenvolvimento da nanotecnologia com foco na indústria, estimulando o desenvolvimento da ciência por meio de um sistema de encomendas tecnológicas.
Essas propostas estão no documento Inovar para Crescer – Propostas para Acelerar o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Brasileira, elaborado durante o 2º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, que começou na segunda-feira, 23 de abril, e terminou nesta quarta-feira, 25 de abril, no Hotel Hilton, em São Paulo. O documento será o instrumento de diálogo da indústria com o governo e a sociedade para aperfeiçoar os mecanismos de estímulo à inovação no país.
O documento está no site www.cni.org.br/inovacao