Mercado de carbono tem crédito disponível com taxas atraentes
Fiep promove evento para divulgar alternativas de financiamento para projetos de MDL
Instituições financeiras públicas e privadas oferecem linhas de crédito com taxas atrativas para financiar projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que geram créditos de carbono, um negócio relativamente novo e muito promissor. Nesta quarta-feira (28), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através da Diretoria de Captação e Fomento, realizou o encontro “Alternativas para o Fomento do Mercado de Carbono”, com o objetivo de aproximar as indústrias dos agentes financeiros que atuam nesta área.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco do Brasil e o Banco Real ABN Amro apresentaram as linhas de financiamento disponíveis para este mercado. A Finep lançou em dezembro de 2006 o Pró-MDL que para este ano disponibiliza R$ 80 milhões para financiar projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. A linha oferece financiamento com taxas que podem variar de TJLP mais 5% ao ano até 1,5% ao ano, conforme explicou Fabrício Brollo Dunham, chefe do departamento de agronegócios da Finep.
Ele explica que alguns projetos são considerados prioritários pela Finep e, neste caso, as taxas de juros são reduzidas. É o caso de projetos inseridos em Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os que contemplam setores inseridos na Política Industrial do Governo Federal. Têm taxas menores também indústrias que investe na contratação de mestres e doutores. Dunham alertou para o deságio que está acontecendo neste mercado. Conforme informou, embora a tonelada de CO2 esteja cotada entre 7 e 10 euros no mercado internacional, no Brasil muitas vezes quem tem este crédito está recebendo cerca de R$ 2 a R$ 3. Segundo ele, isso acontece pelo desconhecimento das pessoas que atuam na área.
O Banco do Brasil e o Banco Real ABN Amro participaram do evento apresentando alternativas de financiamento. Ao contrário da Finep, os bancos não disponibilizam linhas específicas para projetos de MDL, mas têm várias linhas dentro de seus portólios de produtos que podem ser usados para este fim.
Exportação – O assessor técnico do Ministério da Ciência e Tecnologia, Gustavo Mozzer, informou que os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ocupam a 74ª posição na pauta de exportações brasileiras respondendo por US$ 250 milhões. “Em todo o mundo são 1.535 projetos de MDL. O Brasil detém 14% deste total, com 205 projetos, ficando atrás apenas da China e Índia”, informou.
Segundo Mozzer, o Brasil se destaca pela diversidade dos projetos e também pela rápida aprovação. “São projetos bastante consistentes que costumam ser aprovados rapidamente pela comissão”, observou. Ele alertou para a necessidade da elaboração de projetos consistentes para serem aprovados pela comissão interministerial brasileira e pela comissão da ONU que avalia os projetos com muito rigor.
No Paraná, a porta de entrada para o desenvolvimento de projetos de MDL pode ser o Centro de Saneamento Ambiental do Senai, (Cetsam), que fica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O Senai/CIC/Cetsam mantém o Balcão Finep MDL que presta assessoria às empresas interessadas em desenvolver projetos nesta área. Os contatos podem ser feitos via Rede de Tecnologia do Paraná (Retec) pelo site: www.pr.retec.org.br e para mais informações sobre as possibilidades de financiamento, o contato é a Diretoria de Captação e Fomento da Fiep pelo telefone (41) 3271-9551.
Áreas potenciais – O crédito de carbono é gerado com atividades que reduzam a emissão na atmosfera de CO2 e outros gases que provocam o efeito estufa. Estes créditos são negociados no mercado entre países que têm metas a cumprir de redução do aquecimento global, de acordo com o Protocolo de Kyoto.
As áreas com mais potencial para gerar crédito de carbono são programas de eficiência energética, substituição de energias fósseis por energias renováveis, pequenas centrais hidrelétricas, produção de biogás em aterros sanitários, biocombustíveis e reflorestamento.