Ressocialização

Senai capacita 135 presos da Colônia Penal Agrícola

Senai capacita 135 presos da Colônia Penal Agrícola

Presos com bom comportamento e em regime semi-aberto participaram de 11 cursos da área automotiva no Cietep, em Curitiba


Termina nesta quarta-feira (13), no Cietep, em Curitiba, o curso de Qualificação de Pintor de Automóveis para 15 presos da Colônia Penal Agrícola. Fruto de um convênio firmado entre o Senai Paraná e a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, este é o último dos 11 cursos da área automotiva que foram promovidos no segundo semestre de 2006, capacitando 135 presos com bom comportamento desta penitenciária de regime semi-aberto. O convênio termina no fim deste ano, mas poderá ser renovado a partir de janeiro de 2007.

Foram realizados cursos de injeção eletrônica, técnicas de funilaria, eletricista e acessórios, instalador de acessórios, automotivos, técnicas de repintura, restauração, polimento e espelhamento da pintura, mecânico de motor diesel, pintor de automóveis e funileiro de automóveis com ênfase em microrestauração.

Para participar, os presos precisam se inscrever na coordenação de cursos profissionalizantes da Colônia Penal Agrícola. Também é necessário atender a alguns pré-requisitos: bom comportamento, idade mínima (16 anos), grau de escolaridade (varia conforme o curso), freqüência mínima e aproveitamento com média 6,0.

“Além do curso de pintor de automóveis, fiz também o de injeção eletrônica. São muito bons. O Senai é sempre uma oportunidade de ouro, tem nome no Brasil inteiro”, diz Marco Aurélio do Nascimento Diniz, de 35 anos, conhecido por Mineiro. Natural de Belo Horizonte (MG), Mineiro faz planos para quando sair da prisão. “Pretendo montar uma oficina de lanternagem e pintura. Já tenho um lugar reservado, tudo certinho, para quando voltar a Belo Horizonte. Só está faltando comprar a estufa”, revela ele, que também está concluindo o 2.º grau na Colônia Penal Agrícola. “Meu objetivo é sair daqui e voltar a trabalhar. Uma oportunidade dessas a gente não pode deixar escapar”, afirma Mineiro.

Para o curitibano Edivaldo Guimarães Faria, de 27 anos, a possibilidade de fazer um curso do Senai representa uma segunda chance. “Quando cheguei na Colônia, em setembro de 2006, decidi me inscrever. Para a gente, essa é uma oportunidade muito importante. Como já trabalho nessa área há mais de dez anos, e agora com um diploma do Senai, tenho certeza que conseguirei um emprego quando sair daqui”, acredita. Faria sabe que a vida de um ex-detento é mais difícil, o que torna ainda mais valiosa a capacitação oferecida pelo convênio Senai e Secretaria da Justiça. “É claro que tem o preconceito, mas acho que o diploma do Senai ameniza um pouco. Mostra que a pessoa está interessada e quer mudar de vida”, afirma. “Tenho conversado com o meu ex-patrão por telefone e estou na expectativa de sair daqui e voltar a trabalhar no mesmo lugar”, acrescenta.

Outro preso que espera uma segunda chance é Fernando Costa, 24 anos, natural de Iporã, na região Oeste do Estado. “O mercado de trabalho é muito competitivo. Por eu carregar uma tarja de ex-presidiário, ele se torna ainda mais restrito. Tenho que vencer com a qualidade do trabalho e é isso o que o Senai me oferece: qualidade. Não importa se eu for um ex-presidiário, se eu prestar o meu trabalho com qualidade, terei freguês e um mercado bom”, comenta Costa, que fez os cursos de pintor de automóveis, repintura, polimento e espelhamento.

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