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Indicadores facilitam compreensão da realidade local

Indicadores facilitam compreensão da realidade local


Curso ministrado pelo Orbis ensinou a interpretar indicadores relacionados aos Objetivos do Milênio

Interpretar e criar indicadores para melhor compreender a realidade local e investir em políticas mais direcionadas à resolução de problemas regionais. Esses foram os principais objetivos da oficina Análise de Indicadores de Desenvolvimento Regional, promovida pelo Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis) em Apucarana e Toledo, na última semana. O Orbis é um programa do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), apoiado pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi).

Participaram do curso integrantes dos Núcleos Regionais de Toledo e Apucarana do projeto Nós Podemos Paraná ? iniciativa do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, com o apoio do Sistema Fiep, Sesi, Orbis e IPD, que pretende antecipar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de 2015 para 2010 no Paraná.

Durante a oficina, a coordenadora executiva do Orbis, Luciana Brenner, abordou questões como a importância de se trabalhar com indicadores, as principais dificuldades de padronização, o monitoramento e os indicadores relacionados aos ODM. “O trabalho com indicadores permite um conhecimento mais específico da realidade local. A idéia é instalar núcleos de observação em cada um dos Núcleos Regionais do Nós Podemos Paraná para criar uma rede de observatórios no Estado”, explica.

De acordo com a coordenadora do Nós Podemos Paraná, Maria Aparecida Zago, Irati e Bandeirantes serão as próximas regiões a receber o curso em janeiro. “Até o final de 2007 todos os integrantes dos 16 Núcleos Regionais terão participado da oficina”, diz, lembrando que a idéia de ministrar o curso surgiu de uma demanda dos próprios núcleos, que tinham dificuldade em analisar e interpretar os indicadores da região. “Agora eles estão mais seguros para planejar ações e somar esforços para atingir os objetivos”.

Milton Pereira, gerente de projetos estratégicos do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana é um dos integrantes do núcleo que participou do curso. Segundo ele, uma das principais dificuldades em trabalhar com indicadores é a defasagem na atualização das informações.

“Nosso núcleo foi o primeiro a desenvolver uma metodologia de trabalho de levantamento de indicadores, ações e projetos da região. O principal obstáculo é trabalhar com informações que não são desagregadas, ou seja, consideram a região como um todo e não as especificidades dos municípios”, explica.

Pereira conta que uma das estratégias do núcleo para atualizar as informações é a realização de visitas às entidades e organizações para verificar o que está sendo feito em relação a cada meta dos oito Objetivos. “Desenvolvemos bons projetos, mas não tínhamos conhecimento nem da metade. Esse mapeamento que está sendo feito permitirá avaliar também os impactos dos projetos na comunidade e, para isso, utilizaremos os indicadores como ferramenta de comparação”.

Outra dificuldade enfrentada pelos participantes é a interpretação dos indicadores relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Cada indicador tem a sua especificidade e o principal obstáculo é o entendimento de termos técnicos, como taxa, proporção, índice e razão.

De acordo com a coordenadora de Responsabilidade Social da Copacol de Toledo, Elaine Regina Bertha Amaral, a empresa já trabalhava com os indicadores, mas ainda existiam dúvidas. “Agora que já sabemos como interpretá-los, poderemos monitorar os impactos dos projetos sociais da empresa na comunidade”, diz, lembrando que o Núcleo de Toledo está com um projeto de disseminar as informações a todos os municípios da região.

Software auxilia o monitoramento local


Os integrantes dos Núcleos Regionais contarão com uma ferramenta a mais para monitorar os indicadores. Trata-se do Sistema Modelo (Monitoramento do Desenvolvimento Local), software desenvolvido pela ONU e modelado pelo Orbis para monitorar indicadores, construir tabelas, gráficos e mapas para todos os municípios do Estado do Paraná. “A ONU desenvolveu esse software com a intenção de que seja adotado pelas diferentes agências da organização. A idéia é que ele se espalhe pelo restante do mundo constituindo uma rede de observação e troca de informações a nível mundial”, comenta Luciana Brenner, coordenadora executiva do Orbis.

Ela ressalta que o Orbis optou em adotar essa plataforma por possibilitar o acesso à informação entre os diferentes países. “Um banco de dados mundial só será possível quando as diversas organizações se dispuserem a embarcar em iniciativas como esta da ONU. Independente deste movimento internacional, a plataforma comum facilitará a troca e consulta de informações entre os núcleos e a consolidação da Rede de Observação no Paraná”, observa.

O software permite que os usuários acrescentem dados e criem novos indicadores de acordo com a realidade de cada região. A ferramenta pretende ser um elo de comunicação entre a sociedade e o Orbis, que poderá monitorar de maneira descentralizada o desenvolvimento das regiões.

Todos os Núcleos Regionais receberão o software. Segundo a secretária da coordenadoria regional da Fiep de Toledo, Thais Giollo, o núcleo já recebeu o software e vai distribuir os CDs para que todos os municípios integrantes possam compartilhar as informações. A previsão é que no próximo ano todos possam utilizar o programa on-line, facilitando a troca e atualização das informações.

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