Fórum da Liberdade do Paraná

Debates ressaltam a importância da participação da sociedade na política

Debates ressaltam importância da
participação da sociedade na política



Augusto de Franco disse que a Rede de Participação Política para o Empresariado é ferramenta para estimular a articulação entre os diversos setores


O analista político Augusto de Franco disse nesta terça-feira em Curitiba, que a Rede de Participação Política para o Empresariado, criada por uma iniciativa do Sistema Fiep, é uma ferramenta eficaz para estimular a articulação entre os diversos setores da sociedade na questão política. “Um dos primeiros trabalhos da Rede foi elaborar o Guia do Voto Responsável, com o objetivo estimular o eleitor a votar criteriosamente, observando nos candidatos compromissos como ética na política, defesa da democracia e promoção do desenvolvimento”, disse ele.

Augusto de Franco participou do painel sobre “política brasileira: o desafio do aprimoramento democrático e do cidadão eleitor”, dentro do I Fórum da Liberdade Paraná, realizado segunda e terça-feira, no Cietep, em Curitiba. O painel sobre política reuniu, além de Franco, o consultor de análise política Denis Rosenfield e o escritor e jornalista Eduardo Bueno.

Estimular a participação da sociedade na política e monitorar o trabalho dos eleitos, buscar novas formas de participação para vencer as crises e diminuir a corrupção foram os principais temas debatidos no Fórum, promovido pelo Sistema Fiep, por meio da Universidade da Indústria (Unindus), e pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE) do Rio Grande do Sul.

Na sua palestra, Augusto de Franco disse acreditar que a partir do monitoramento dos eleitos, se estreitará a relação entre representante e representado. “Com a cobrança efetiva por parte dos eleitores em relação ao trabalho dos políticos será possível verificar se eles estão realmente cumprindo o que prometeram. Somente com uma pressão política que crie constrangimento nos eleitos é que iremos mudar o comportamento dos agentes do sistema”, analisou.

“A política do dia-a-dia não chama atenção das pessoas porque não inclui a sociedade. A reforma por si só não é suficiente. Temos que achar outras formas de inclusão política”, disse, ressaltando a Rede de Participação Política para o Empresariado como uma alternativa.
Para o analista político, o Brasil tem um desafio gigantesco, que é de repensar suas instituições políticas. “A sociedade mudou nos últimos anos e as instituições políticas, criadas para uma sociedade que basicamente não existe mais, não acompanharam essas transformações. Precisamos repensar as instituições e também criar uma nova forma de fazer política, uma forma que elimine os obstáculos do país para o desenvolvimento”, disse ele.

Ele citou três obstáculos que, em sua opinião, impedem o afloramento da força criativa e empreendedora da sociedade: o assistencialismo, o clientelismo, a centralização e a introdução do que denomina de “clima adversarial” na sociedade.

“Hoje no Brasil estamos diante de um desafio estrutural, que é de criar  instituições que respondam à nova sociedade. Caminhamos para um neo populismo de longo prazo. Um modelo que não quer acabar com as instituições, mas que se apossa delas para parasitá-las”, afirmou.

História – Para o escritor e jornalista Eduardo Bueno, o caminho para a solução dos problemas políticos do Brasil passa pelo conhecimento da história do país. “É o velho adágio: o povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la”, disse Bueno, que é autor de uma série de livros sobre a história do Brasil.

“Se conhecêssemos os erros do passado, não voltaríamos a repeti-los”, afirmou, lembrando que o Brasil convive com personagens e repete episódios semelhantes a ocorridos desde o seu descobrimento. “Se somos essa ineficiência política, esse joguete nas mãos de poderosos é porque desconhecemos a história”, afirmou Bueno.

Para o consultor de análise política, Denis Rosenfield, uma das dificuldades de se encontrar uma solução para a crise política é a forma do governo brasileiro. “O grande desafio para os próximos anos é a eleição de representantes com autoridade, que tenham voz de comando, sem serem autoritários. Precisamos de alguém com maior clareza sobre o protagonismo da sociedade e da autoridade estatal”, afirmou.

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