Industriais defendem envolvimento empresarial nas decisões do País
Prêmio concedido pela Fiep é reconhecimento ao empreendedorismo e liderança
A necessidade de um maior envolvimento da iniciativa privada nas decisões do país foi a tônica dos discursos dos quatro empresários homenageados na noite de segunda-feira (12) pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) com a comenda do Mérito Industrial do Paraná e a Láurea de Honra ao Mérito.
Todos foram unânimes em afirmar sobre a necessidade de uma participação maior do empresariado como forma de buscar as reformas que o Brasil precisa. “O momento é de convocação”, declarou o diretor da BS Colway Pneus, Francisco Simeão Neto. Segundo ele, não dá para ficar esperando que o governo faça alguma coisa. Ele lembrou o envolvimento cada vez maior do empresariado na geração de emprego e nas ações de responsabilidade social e ambiental, com mudanças substanciais nas comunidades onde atuam.
Outro homenageado, Edson Luiz Campagnolo, empresário do setor de confecções e proprietário da Rocamp, em Capanema, no Sudoeste do Paraná, disse que a reforma tributária é essencial para tornar menos traumática a transição de empresas de pequeno para médio e grande porte. “Muitos empreendimentos não crescem porque se crescerem serão duramente penalizados por impostos”, declarou Campagnolo, que também é vice-presidente da Fiep.
Campagnolo também destacou a importância da iniciativa privada na geração de empregos e no desenvolvimento das comunidades. “Na área onde atuo as pessoas são fundamentais. A peças de roupas não são feitas por máquinas, mas por pessoas”, declarou.
Wilson Bill, empresário do setor de reparação de veículos em Curitiba, classificou os empresários do seu setor como ??vitoriosos?? por conseguirem chegar ao final do mês pagando todas as contas. “O setor de reparação de veículos é predominantemente de micro e pequenas empresas que têm que fazer um esforço muito grande para pagar salários, fornecedores e impostos em dia”, disse.
O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, homenageado com a Láurea Honra ao Mérito, destacou a importância do cooperativismo para a sustentação do agronegócio e lembrou que o setor vive uma de suas piores crises em decorrência das altas taxas de juros e do câmbio inadequado. Lourenço disse que é papel do governo manter um ambiente adequado para que as empresas possam trabalhar e produzir.
Novo ciclo – Ao parabenizar os homenageados, o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, disse que por tudo o que a iniciativa privada representa ela já se constitui numa força capaz de transformar o país. “Estamos iniciando um novo ciclo político e o empresariado passa a ter papel fundamental nas decisões que influenciam nos rumos do país”, disse. “A percepção é de que estamos deixando para trás o modelo de comando e controle da classe política. É a iniciativa privada que efetivamente faz as coisas acontecerem neste país”.
Ao homenagear os empresários, Rocha Loures afirmou que todo empreendedor é um generoso. “A generosidade está presente em cada um de vocês”, declarou. Loures afirmou também que todos os homenageados têm características comuns, como a preocupação com questões sociais e de meio ambiente, a gestão e a inovação, marcas que ele classifica como importantes no empresário dos dias de hoje.
Empreendedorismo e liderança – A medalha do Mérito Industrial é concedida anualmente a empresários que se destacam pelo empreendedorismo e liderança. Os candidatos são indicados pelos sindicatos industriais filiados à Fiep e escolhidos por uma comissão constituída por representantes do setor industrial.
Este ano, além dos quatro homenageados no estado, o Paraná tem também um representante no prêmio nacional. É João Noma, diretor da Noma do Brasil, fabricante de reboques graneleiros em Maringá. Noma foi escolhido pela Confederação Nacional da Indústria juntamente com outros oito empresários brasileiros. Ele receberá o prêmio em solenidade a ser realizada no segundo semestre.