Mudança no Ministério pode viabilizar nova política econômica
O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirmou que a mudança promovida no Ministério da Fazenda, com a saída do ex-ministro Antonio Palocci e entrada de Guido Mantega no posto, pode ser uma oportunidade para que o governo federal realize alterações na política econômica do país. “A renovação é saudável e abre espaço para o abrandamento das taxas de juros, medida há muito tempo reclamada pelo setor produtivo e toda a sociedade”, afirmou.
Rocha Loures disse esperar que Guido Mantega conduza as ações do Ministério com critérios técnicos e que poupe a economia de crises de motivação política. “Mantega é um homem com experiência de governo e biografia adequada para conduzir a pasta. Nossa expectativa é que ele faça uma gestão técnica, evitando que interesses políticos venham a prejudicar a economia do país”, afirmou. Na opinião de Loures, o novo ministro tem uma visão diferente e poderia estabilizar a economia sem simplesmente amparar-se na taxa de juros.
Ao analisar o impacto da queda de Palocci da perspectiva industrial, o presidente da Fiep afirmou que não é somente a mudança de nomes que vai resolver o problema do Brasil, que vive um ciclo de estabilidade sem crescimento. “É preciso reformular a política econômica, mudar o sistema, fornecer crédito para investimento em volume adequado, planejar a reforma tributária, baixar juros e corrigir as distorções acumuladas há 10 anos no País”.
Rocha Loures diz ter esperança de que agora seja acolhida a proposta que ele encaminhou ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da presidência da república no ano passado para a ampliação da composição do Conselho Monetário Nacional (CMN). “Além dos atuais integrantes, propomos a inclusão de outros seis membros, sendo mais três d o governo e três da sociedade civil, que devem ser indicados por empresários, trabalhadores e pela comunidade acadêmica e escolhidos pelo presidente da República”.