As vendas internacionais para Alemanha, Holanda, Chile, Noruega, Angola e países da América Latina, como a Venezuela, ampliaram as exportações do Paraná em 42,22% em novembro, em comparação ao mesmo mês de 2004. No mês, as vendas internacionais totalizaram US$ 914 milhões, contra US$ 624 milhões em novembro do ano passado. Em relação ao mês anterior, a evolução foi de 10%.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados nesta sexta-feira (16) pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, no acumulado do ano o crescimento das exportações paranaenses foi de 5,20%, totalizando US$ 9,2 bilhões, contra US$ 8,7 bilhões de janeiro a novembro de 2004.
Já as importações paranaenses cresceram 15,19% no acumulado do ano, ficando em US$ 4,1 bilhões. Com isto o superávit acumulado no ano foi de US$ 5 bilhões, abaixo dos US$ 5,1 bilhões alcançados no mesmo período do ano passado. Mesmo com este resultado, o Paraná ocupa a terceira posição no ranking dos estados com maior superávit em 2005, sendo responsável por 12,44% do saldo brasileiro.
“A busca por mercados novos e a venda de produtos com maior valor agregado, vindos da indústria, estão garantindo o crescimento da balança comercial, mesmo com a valorização do real”, avalia o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Para o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, os empresários em 2005 compensaram a perda do faturamento com a exportação, ampliando a produtividade e investindo em inovação tecnológica, duas estratégias que serão mantidas, conforme mostra a pesquisa Sondagem Industrial, da Fiep, mostrando a previsão para 2006.
Exemplo desta situação é a venda de farelo, ração e grãos de soja não transgênica para a Noruega e Holanda, que compraram apenas em novembro US$ 36 milhões do Paraná, contra US$ 16 mil no mesmo mês do ano passado. Em função do anúncio da safra americana e a antecipação das vendas de inverno, cresceram as vendas do complexo soja, que em novembro totalizaram US$ 203 milhões, contra US$ 52 milhões no mesmo período de 2004. O preço praticado na Bolsa de Chicago também está 9,01% acima do valor cotado em novembro do ano passado.
Porém, os produtos que têm se destacado são os industrializados, que continuam dominando a pauta de exportação paranaense, representando mais de 65% do mix de produtos. O Chile, por exemplo, também se destaca pela evolução do volume de negócios. Os embarques para aquele país saltaram de US$ 3 milhões, em novembro de 2004, para US$ 45 milhões. Os negócios foram puxados pelo setor automotivo.
O coordenador de Novos Negócios da Fiep, Henrique Santos, afirma que outros mercados que cresceram significativamente foram Alemanha, Angola e Venezuela. Os alemães compraram 90,88% mais produtos paranaenses em 2005. Os negócios com aquele país saltaram de US$ 531 milhões para US$ 1,01 bilhão. Com isso, os alemães tornaram-se o segundo parceiro comercial do Paraná, atrás apenas dos EUA, com US$ 1,2 bilhão.
O setor automotivo também foi responsável pela alavancagem das vendas para o mercado alemão. Dos US$ 479 milhões gerados com o comércio internacional de automóveis de 1.0 cilindradas, em novembro, US$ 358 milhões foram resultado de embarques para a Alemanha. “O setor de carne de aves foi o terceiro setor paranaense que mais exportou, atingindo a marca de quase US$ 1 bilhão”, afirma Henrique Santos. O complexo soja continua liderando a pauta de exportações, com embarques de US$ 2,5 bilhões, seguido do setor automotivo, com US$ 1,6 bilhão.
Para o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, os resultados das missões comerciais estão começando a surgir. A missão feita para Venezuela no fim de novembro, além de fechar negócios futuros no valor de US$ 115 milhões, resultaram no mês US$ 21 milhões, contra 13 milhões em novembro de 2004.
Com relação às importações, Moreira afirma que a maioria dos produtos comprados são da indústria intermediária. No acumulado do ano, o produto mais importado é o óleo bruto de petróleo, cujas compras cresceram 130%, chegando até outubro em US$ 511 milhões. Depois vieram Cloretos de Potássio e peças de tratores.
Os produtos alemães são os mais comprados pelos paranaenses. A Alemanha vendeu para o Estado US$ 625 milhões, seguido da Nigéria (US$ 410 milhões). Por causa do crescimento da compra de Óleos Brutos, a Nigéria (US$ 481 milhões) é o segundo país de onde os paranaenses importam, ultrapassando os EUA (US$ 439 milhões).