O faturamento da indústria paranaense cresceu 7,53% em junho em relação a maio. O bom resultado foi puxado pelo crescimento das vendas realizadas dentro do Paraná e para outros estados brasileiros. No semestre, contudo, as vendas do setor industrial do Estado aumentaram apenas 2,15%, na comparação com o mesmo período de 2004. Os dados são da pesquisa Análise Conjuntural, elaborada pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e divulgada nesta terça-feira (02/08).
Segundo a avaliação da Fiep, no primeiro semestre o ritmo das vendas das indústrias do Paraná foi afetado pela contínua elevação da taxa de juros, pelas quedas do dólar e do faturamento dos produtos agrícolas. Por causa destes fatores, o Departamento Econômico da federação aponta que nos últimos dois meses aconteceu uma acomodação da atividade industrial.
“Sempre que há uma crise política, ela afeta a atividade econômica. Além do cenário conturbado no campo institucional, a política econômica não contribui para alavancar o desempenho do setor produtivo. O governo precisa criar condições para que os empresários voltem a investir e acreditar no crescimento do país. Isso não acontecerá enquanto a taxa de juros se mantiver em patamares tão elevados”, avalia o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.
O presidente da Fiep propõe a discussão de uma agenda mínima para manter o país “andando”. Nesta semana, Rocha Loures reunirá presidentes de sindicatos patronais e economistas paranaenses para debater que caminhos o Brasil precisa seguir. As propostas levantadas serão levadas a um encontro que está sendo organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na próxima quinta-feira (04), onde industriais de todo o país vão discutir a governabilidade.
Resultados – Segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, em junho vendas industriais aumentaram 12,72% dentro do Paraná e 7,40% no Brasil. Também houve alta de 0,77% no faturamento com a exportação, menos significativa em função do câmbio menor em relação a 2004. “Caso a moeda americana estivesse no mesmo patamar do ano passado, o faturamento poderia ser maior neste semestre, pois o volume de produtos industrializados continua crescendo”, explica Schmitt.
No acumulado do ano, o faturamento gerado pela exportação aumentou 11,09%, sobre o mesmo período de 2004. Ao mesmo tempo, houve retração de 3,64% nas vendas para outros estados brasileiros e crescimento de 3,06% nas vendas dentro do Paraná. Dos dezoito itens pesquisados, oito contribuíram para alta no faturamento industrial (Veja quadro) neste semestre de 2005.
Compras – De acordo o Departamento Econômico da Fiep, o desempenho de janeiro e junho foi recorde entre as compras dentro do país foram 19,48% superiores ao mesmo período do ano passado. As compras de produtos importados tiveram alta de 0,67%. Também houve expansão das compras dentro do Paraná (12,44%). No mês, houve queda 2, 16% nas compras dentro do Estado. As vendas para outros estados e para o exterior a expansão foi, respectivamente, 11,07% e 7,04%. Três setores se destacaram: Perfumaria, sabões e velas, Bebidas e Editorial e Gráfica. O segmento de Perfumaria fez compras estratégicas por causa do dólar baixo e início de produção das datas festivas do fim de ano. Já Bebidas foi influenciado pela safra de laranja e Editorial e Gráfica Foi influenciado pela confecção de material escolar.(Veja quadro).
Emprego – Em junho, a indústria paranaense gerou 7,6 mil novas vagas de trabalho (1,26%) sobre o mês de maio. Produtos Alimentares (2,92%), Química (2,88%) e Bebidas (2,83%) foram setores que mais aumentaram seus quadros.
Os setores com maiores declínios foram Material Elétrico e de Comunicações (4,55%), Têxtil (3,43%) e Couros, Peles e Produtos Similares (2,85%). Segundo Maurílio Schmitt, estes segmentos passam por reestruturações. Em junho, capacidade instalada subiu dois pontos, ficando 79%, enquanto as horas trabalhadas caíram 2,44%. Em relação a maio, a massa salarial líquida dos trabalhadores da indústria caiu 0,61%, por causa do pagamento de participação de resultados e abonos concedidos no mês anteiror.
GENÊROS COM MAIORES VENDAS NO SEMESTRE
GENÊROS VARIAÇÃO
Farmacêuticos e Veterinários………………………………..21,35%
Química……………………………………………………………..13,49%
Papel e papelão …………………………………………………12,77%
GENÊROS COM MENORES VENDAS NO SEMESTRE
GENÊROS VARIAÇÃO
Couros, Peles e Produtos Similares………………………..51,82%
Mecânica…………………………………………………………….27,66%
Madeira……………………………………………………………… 21,55%
GENÊROS QUE MAIS COMPRARAM NO SEMESTRE
GENÊROS VARIAÇÃO
Perfumaria,Sabões e velas……………………………………. 80,14%
Bebidas………………………………………………………………..63,63%
Editorial e Gráfica…………………………………………………. 25,27%
GENÊROS COM MENORES COMPRAS NO SEMESTRE
GENÊROS VARIAÇÃO
Mobiliário……………………………………………………………..21,73%
Química……………………………………………………………….19,15%
Têxtil………………………………………………………………….. 14,77%